quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PARA VOCÊ SER VOCÊ MESMO...



Vivemos em uma sociedade, e como tal, existem regras ou o que costumamos chamar de bom senso, para que possamos viver em harmonia com os demais.
O meu direito termina quando começa o seu e vice-versa.

Todavia é preciso que fique bem claro que nunca devemos nos anular em prol de qualquer tentativa de estabelecer esta harmonia. Eu reconheço ser fácil falar, e em alguns casos, difícil conciliar.

Harmonia não é uma condição que se estabelece a força ou em nome de algum interesse particular.
Harmonia nasce. Simples assim. Ela chega sem tensão, sem imposição e não é, em hipótese alguma aplicável, como por exemplo, quando os homens fazem ao ditar leis e regras. Ela chega como um reflexo de você mesmo.

Se quer viver em harmonia mas enfrenta conflitos, algo precisa ser feito, mas não um simples movimento, não uma singular retirada ou uma tentativa de chantagem. É preciso antes de tudo saber o que se quer e se a tranquilidade que busca não é simplesmente o medo de perder o controle querendo dominar o outro e as circunstâncias. Isto nunca lhe trará harmonia e sim um forte e inesgotável inferno.

Tudo na vida é um aprendizado. Viver em Harmonia sem se anular, consiste num grandioso aprendizado sobre como andar no caminho do meio.

Quando viemos ao mundo, se notar, somos nós mesmos e sacrificamos até um pouco a harmonia do lar em nome de uma necessidade. Choramos escancaradamente a qualquer hora do dia e da noite em busca de saciar nossas necessidades ou retirar algum incomodo, que pode ser apenas a busca de uma companhia, de um carinho às 3 da manhã...

Não é só uma questão de instinto. Quero lhe chamar a atenção para a situação como um todo. Existe uma pertubação aos pais que dormem e tudo o mais e se esse hábito for insistente pode até gerar um stress, mas mesmo com tudo isso, ele não desarmoniza o ambiente, uma vez que rola uma sintonia sutil e um grande amor, da mãe.

Mas não é só por esse motivo que a desarmonia não vem. E sim, e isso quero aqui frisar com bastante intensidade: Por ser um desejo legítimo da criança.

Transpassando a nossa realidade de hoje, quero lhe dizer que a melhor forma de criar harmonia em um ambiente, que está sujeito a uma série de conflitos, é saber bem o que se quer, e em seguida, colocar esse desejo, com uma firme intenção para o mundo, de forma sincera e espontânea.

Você cria harmonia nesse instante, uma vez que assume seu papel na escala criacional do universo!

Se esse desejo bate de frente com outros interesses, tenha a certeza que o universo irá arranjar um jeito de deslocar você para aonde seu desejo encontre a devida acolhida.

E, aos poucos vamos crescendo, e por sermos "grandinhos" já não temos o mesmo privilégio de antes e nesse caso, ocorre o que chamamos de primeiros conflitos, pois já recebemos a influência da diversidade, do contraste do mundo exterior que ativa dentro de nós, o motor dos desejos.

Já não são mais desejos básicos, como comer, dormir e se lavar. Nosso ímpeto descobridor está funcionando a plena carga e passamos a querer o mundo...
Nesse ponto começa a ocorrer a morte interna propriamente dita, pois existirá um conflito que precisa ser conciliado pelos pais e não o é, porque os deles também não foram solucionados.

E é aí que o universo "convida" você a se tornar mais e mais independente, a assumir seu papel de pequeno indivíduo e já ir treinando a arte de SER.

Há uma chuva torrencial de "nãos", e é onde a criança começa a aprender de maneira árdua sobre os "limites" do mundo em que vive. Mesmo, na teoria, não havendo limite algum...

Este é, sem dúvida, na minha opinião, o maior de todos os desafios humanos. Talvez porque dele se sucedam todos os outros que tornam a vida aparentemente mais "difícil" do que é de fato.

Mas muitos dirão: É preciso impor limites, se não sai do "controle"...
Concordo com a ideia, mas não com sua aplicação. Nunca devemos impor limites a quem quer que seja!

Cada um tem sua jornada própria, sua "missão" aqui e por desconhecermos detalhes desta, não devemos limitar aquela pessoa, pois isso pode representar o fracasso total naquilo que ela veio pré-disposta a fazer, quando aqui deu entrada.

O que devemos fazer é DIRECIONAR com um mínimo de interferência! Sim, fácil falar, mas possível de fazer! A criança quando é pequena não tem noção de perigo, porque ela veio com uma programação de que poderia SER, TER E FAZER tudo que quisesse aqui. E assim ela age. Mas sabemos que os perigos existem, e é nosso dever como mais "velhos" aqui, apenas orientar, ou seja: DIRECIONAR, procurando não interferir na vida e na programação mental daquela pessoinha, que mais tarde poderá ser um homem a mais a fazer diferença no mundo.

A pior coisa que pode dizer a um ser lindo como este é coisas do tipo: Fica quieto, vai dormir, tá de castigo, cala a boca, você é burro, não servirá pra nada e etc.

Quando você direciona, a coisa não sai do controle. Veja qual é a situação: Os pequeninos chegam aqui e dão de cara com uma diversidade incrível. A variedade é tanta que eles ficam querendo quase tudo e é lógico que não estamos aqui para dar. Mas também não estamos aqui para matar neles o que tem de mais legítimo.

Primeira coisa: Ensine-os a saber o que querem. Converse, questione e ensine-os a questionar o que desejam. Deixe claro que precisam ter certeza, mas sem se prender aquilo que desejam, e sempre sem apegos. Ensine que saber perguntar é mais importante que saber responder. Saia um pouco desse vício programado de fazer os pequenos quererem saber das respostas e responder a tudo. A pergunta certa, por si só, é o melhor de tudo! Mesmo que não haja resposta. A pergunta apropriada, permanente e direcionada, com integral confiança é a chave para vencer todos os desafios que a vida aparentemente no impõe.  No início pode ser difícil, mas logo logo verá que os pequenos são espertos e pegam com facilidade.

Segunda coisa: Diga-lhes que podem SER, FAZER e TER (nesta ordem) o que quiserem, contanto que seja sem tensão, pressão e competição. O intuito é ensinar ordem, organização e não limitação.

Terceira coisa: Ensine-lhes a apreciar o que conquistaram e agradecer por isso sempre. Esse apreciar vai além de uma simples admiração. Ele tem tudo a ver com explorar, observar e criar novas possibilidades com a conquista que obtiveram. Se é um brinquedo, chame a atenção deles para novos usos, não estipulados no manual.

Quarta coisa: Comece a treiná-los a repetir todo esse processo sozinhos, por conta própria, todavia sendo sempre monitorados, para que você possa direcioná-los a realizações construtivas.

Dessa forma tenho certeza, criaremos não só grandes homens, mas sim verdadeiros Deuses que terão a capacidade de melhorar o mundo num ritmo muito mais rápido e amplo. 

Sendo assim, cada um de nós poderá habitar nesse mundo sendo tudo que quiser sem entrar absolutamente em conflito com quem quer que seja.
Sendo assim a vida se torna aquilo que de fato ela é...
... Uma delícia!
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