quarta-feira, 24 de agosto de 2011

NÓS SOMOS LUZ ?


Sim, somos! 

Já não precisaria escrever mais nada. Está respondida a pergunta.
Todavia, os seres viciados em trevas não aceitariam esta resposta da maneira simples que foi expressada.
Penso que talvez soframos de algum tipo de sado-masoquismo entrevado. Temos um vício pelo difícil na vã desculpa de que ele é honroso. Eu até compreendo os porquês desta simbiose ecumênica que se esparrama por todo o planeta, aonde os seres quase mortos de tanto sacrifício, relutam em ao menos provar uma pequena amostra de outros caminhos, outras alternativas.

A Luz, a fonte, Deus ou o que quiser chamar, funciona como num mecanismo de troca. Existem inúmeras possibilidades de recepção, de tratamento e de encaminhamento da luz que chega até nós a cada instante.
Precisamos dar um movimento, uma continuidade a essa força cósmica que nos presenteia a cada segundo de vida, com mais vida. Afinal, o que está parado não tem vida. A vida é movimento, nem que seja molecular, mas é! 
Você recebe luz e qualquer outra coisa na mesma medida que dá. Aliás, depois de algum exercício, passa a receber muito mais que dá.

Muitas religiões, seitas e grupos de estudos tentam explicar o inexplicável, quando dizem que você é filho de Deus, mas que Deus mandou seu único filho... Dizem que pode alcançar, algum dia, sabe-se lá quando, uma vaguinha no "céu"... Prometem tudo e ao mesmo tempo não prometem nada, muito menos cumprir...

Elas dizem: 
- " A luz não chega por que você não está preparado..."
- " É preciso muito sacrifício para recebê-la..."
- "Ainda não chegou a sua hora..."
- " Calma! Trabalhe, estude os nossos ensinamentos e aí você será um candidato apto..."
- "Reze aqui e acolá, recite mantrans, faça penitências, fique 40 dias em jejum, vá ali, venha aqui...etc..."

E assim vai, uma história que não tem fim. Ora, se olhar atentamente verá que tem algo mal explicado. Seria aquela velha história de criar a dependência e com isso um controle, um poder? Se você pudesse agora mesmo revelar toda a luz que está "oculta" não precisaria mais de nenhum deles. Dessa forma, se todos se transmutassem em luz pura, agora, da onde viria a clientela? "Eles" que não conseguem revelar coisa alguma, a não ser mais e mais escuridão, tendem a fazer com que você acredite que é assim mesmo, difícil...

E como não sabem ao certo, inventam histórias, caminhos, regras. Porque assim fica mais fácil você se perder.
Hoje com o advento da física quântica, algumas instituições até se aproveitam de certos tratados desta, para embasar as mensagens de "esperança" mas que trazem embutidas as tais teorias difíceis de se ver aos olhos nus e desprovidos de uma percepção maior, como são, os da maioria.
É sempre bom apresentar mensagens de esperança, de que é possível evoluir e ser feliz. De fato eu acredito. O que eu não acredito é que haja um único caminho, uma única forma. Cada um de nós pode e deve encontrar e fazer do seu jeito. E isso nada tem haver com longos e tumultuados percursos.

Você já é o que tem que ser! Basta reconhecer. Sim, eu sei que mesmo simples assim, fica confusa essa ideia, uma vez que ela vai de encontro ao que vemos na realidade física e em nosso dia a dia. Atingir um nível de reconhecimento e percepção que de fato abra as portas para onde sempre estivemos, requer esquecer quase tudo que foi aprendido. Em síntese, é um processo de esvaziamento.

Precisamos nos despir de máscaras, daquilo que nos foi imposto a vida toda, e que por mais desesperados que estejamos para largar, não largamos.
Devemos ser nós mesmos. Mas como? Com essa quantidade de trapo por cima de nós?
Na verdade, nem esses trapos temos que nos preocupar. Nada precisa ser retirado. Deixe lá, deixe como está. Se ficar dando sua preciosa atenção ao que quer mudar, retirar, controlar, nunca irá fazer!

Olhe para o que quer e para quem você é, e fixe sua atenção com toda a força, aconteça o que acontecer. Não mude nada. Não gaste suas energias querendo ser ou mudar o que quer que seja. Livre-se dessa coisa de mudar. Isso te asfixia! Te prende e não permite que você seja quem você de fato já é e que tenha tudo que de fato já tem.

O ato de querer buscar o que já se tem, te afasta cada vez mais. O esforço torna-se brutal e desgastante, quando na verdade deveria ser simples, gostoso, alegre e muito prazeroso.
Se eu não tenho nada e derrepente começo a achar que tenho, vou acabar tendo!...
Não se prenda a muita informação, a muitas teorias. Solte-se, refresque-se e tente seguir vivendo de uma maneira simples (veja bem, simples, não pobre!) e procure a todo o instante enxergar aquilo que quer, mesmo em meio ao caos. 

O caos aí está porque você tenta buscar o que já tem e por métodos completamente artificiais (criados por outros) que não condizem com aquilo que sente e mesmo muitas vezes com aquilo que de fato você deseja.
Sempre estamos conectados a luz. A diferença é que alguns prestam atenção a isso e outros simplesmente ignoram.

O caos é uma poderosa ferramenta de infinitas descobertas. Mas não precisamos dele. Podemos nos auto convocar, mas se não fizermos, o teremos sempre por perto para nos relembrar daquilo que viemos buscar aqui: A mais completa, diversificada e íntegra experiência.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O PODER DA VENERAÇÃO.







Venerar é cultuar, cultivar. Quando venero eu ponho a minha atenção dirigida, focada naquilo que desejo ou  para o que rogo. Eu concentro toda a minha força, aponto e disparo quando venero. 
A veneração é uma faca de dois gumes. Ela pode te alavancar ou te aprisionar. A veneração deve ser muito bem observada para que seja na medida. Mas como? se venerar muitas vezes te cega? Veneração tem a ver com fascinação e até mesmo com fanatismo. A veneração desmedida, irracional, descontrolada pode fazer muitos estragos. 

Vemos muito disso nas religiões e seitas que mantém as pessoas num estado de congelamento, amarradas a uma ideia absolutamente descabida, mas que para elas faz sentido.
Este sentido com certeza nasce do medo. E este, por sinal impulsiona a veneração. Ainda bem que a veneração movida pelo medo não tem a força descomunal que tem a verdadeira veneração. Mas tem força.

A veneração cabe em qualquer situação. Objetos, pessoas, símbolos, hábitos, ideias. Tudo pode ser venerado. Este ato demonstra que o imenso poder que temos, esbarra em muitos outros atributos, muitos dos quais ainda não compreendidos. E assim, torna-se uma arma na mão de uma criança. 

Desde muito cedo fomos ensinados a venerar o que está fora. A criança vê nos objetos, na televisão e no mundo externo em geral muitos motivos para se identificar e por conseguinte venerar.
É verdade que muitos atos de veneração a imagens, símbolos religiosos e pessoas ligadas surtem um efeito surpreendente, na medida em que a concentração e a energia da pessoa que faz, foca no pedido, no desejo de maneira contumaz e pela lógica da lei da atração, se não estiver dando ênfase a falta, com certeza terá seu pedido atendido pelo universo através da sincronicidade de eventos.

Todavia, como a maioria dos tipos de veneração tem a ver com a falta, seja lá do que for e ainda a falta de si mesmo - a maior de todas - observamos pessoas que veneram a vida toda como escravos ambulantes, sempre na esperança fraca de um futuro que nunca chega.
Elas insistem, dentre outras coisas, porque a veneração vicia. Sem o desenvolvimento de uma consciência minimamente razoável, este vício se instala facilmente e se move com a mesma facilidade com relação aos objetos venerados.

Conheço muita gente que se encontra absolutamente escravizada a venerações das mais diversas. E nada adianta tentar removê-la deste estado. A dependência emocional da veneração está ligada ao vazio de si mesmo e a ausência da busca do reconhecimento de que a única coisa que vale a pena ser venerada é a si mesmo. É preciso aguardar o amadurecimento em termos de percepção do mundo que vive de forma que estes estímulos externos possam engrenar um processo de retomada de uma percepção maior sobre nosso universo interior e as fantásticas descobertas inerentes a este processo.

Muitos já se encontram nesse caminho, mas continuam venerando. Nada errado. Venerar não é errado. O erro está na direção e na medida. 
Não podemos colocar a culpa da morte na arma. Esta, sozinha, é inteiramente inofensiva. 
O que sente, mais uma vez, pode lhe determinar se o que venera lhe faz bem ou não. Na verdade toda a experiência aqui é válida. Em última análise não existe bom ou ruim. Existe o que é apropriado ou não para aquele determinado momento evolutivo daquele ser naquele momento.

Todavia, se sente-se bem, mesmo venerando a coisa mais idiota do mundo, continue! Seu momento é todo esse.
Mas se algum incomodo persistir, procure saber mais sobre ele. É importante que atentemos para o que sentimos diante do que pensamos e fazemos. E não basta só atenção. É preciso saber diferenciar, identificar as sensações, os sentimentos, pois para muitos, um simples incomodo não é nada demais, mas pode ser um grande alarme de incêndio avisando sobre possíveis perdas de tempo ou mesmo sobre possíveis prejuízos caso seja ignorado.

Na verdade, 99% do tempo, a maioria não corre perigos relevantes. A maioria dos perigos são imaginários, mesmo que aparentemente estejam ali ao lado.
Infelizmente nossa imaginação ainda se prende e reforça coisas bizarras, aumentando o seu tamanho devido ao velho vício de venerar coisas, pessoas e situações sem um mínimo de senso crítico.

Apreciar, gostar, desejar, aplaudir, assim como tantas outras coisas que fazemos são absolutamente naturais, contanto que respeitadas as medidas, que nunca poderão ser determinadas por quem quer que seja além de você mesmo.
Para isso e de maneira relaxada e tranquila, faça constantemente avaliações sobre aquilo que venera, sem se deixar levar pelo que os outros dizem, mas ao mesmo tempo interagindo e ouvindo, uma vez que nosso SER interno nos fala, vezes sem conta, também através dos outros.

Venerar sem fanatismos. Mesmo se tratando de você mesmo. Considerar a opinião dos outros sem se prender a elas. Ser você mesmo sem se preocupar com a crítica. É um jogo interno. Uma brincadeira que não tem hora de acabar e que definitivamente lhe trará o que veio buscar aqui.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DIVAGAÇÕES SOBRE O TEMPO.


O tempo. Real? Ilusório? Abstrato? O que era a pouco o presente, agora é passado. O tempo pode ser encarado como uma relação entre coisas, já que nosso intelecto foi programado para conceber as coisas relativamente ao tempo, ou seja, sucedendo-se umas as outras como um movimento. O tempo e o espaço estão sempre associados na teoria da relatividade.

O tempo. Pense um pouco mais sobre ele. Como medimos o tempo? Como um fluxo? Um transcorrer?  Como funciona o seu relógio? Baseado em que ele está? No movimento da terra?!
Então o tempo é uma medida de movimento? Um ciclo de movimentos determinam o tempo?! Sendo assim, o tempo não existe. Ele não passa de uma marcação cíclica de um movimento perpétuo.

Sincronizam-se os relógios a este movimento e o chamam de uma coisa que nunca existiu. E a eternidade?Se somos Deuses eternos, não temos começo, meio e fim. Como fica essa questão do tempo quando pensamos no Eterno? Não lhe parece que perde todo o sentido? Mas vamos morrer um dia. Essa não seria uma constatação de que senão o tempo, mas alguma outra coisa passou?

Se eu me desvincula-se, me desprograma-se desta ideia de tempo ele deixaria de ter efeito sobre mim?! Em tudo e até na velhice? Não ficaríamos mais velhos porque desconsideramos o tempo?
Eu já notei por diversas vezes que aquelas pessoas que são, por assim dizer, mais desprendidas do tempo envelhecem mais devagar.

Finja por alguns instantes que o passado e o futuro desapareceram. Tente imaginar isso agora. O tão propalado momento presente. Esqueça o relógio. O que pode observar diante desta situação? Pode sentir o tempo passar? Se estivesse trancado num quarto escuro e sem janelas, tudo muito escuro por dias a fio, saberia perceber o tempo? Ou simplesmente ele deixaria de existir?! O que pensa a respeito?

Veja se consegue, mesmo que rapidamente ter uma pequena noção do que é sair da cadência do tempo. Nossos sentidos estão adestrados para associar tempo a movimento e vice-versa. Daí ser necessário a distração, pois o dis-trair é trair a si mesmo através da ausência do momento presente.
Se conseguir ter a sensação imaginária - e que pode ser real - de que passado e futuro desapareceram completamente, mesmo que por alguns segundos e conseguir captar a SENSAÇÃO deste momento único, terá descoberto um dos maiores tesouros que existem no universo, que tem ligação com um monte de outras coisas importantes em termos de conexão espiritual.

Mas a atenção permanente no momento presente a mentes condicionadas torna-se um verdadeiro sacrifício. Sendo a sua imposição contraproducente para a compreensão da infinita e grandiosa ideia que tento passar aqui. O tempo é um movimento que passa em ritmo aparentemente constante. Nada pode retarda-lo ou apressá-lo, pelo menos a nível do relógio. Todavia, determinados estímulos externos, como bem observou o grande cientista Albert Einstein, podem alterar a sensação que temos do seu ritmo.

O  tempo e a mente do jeito que são percebidos por nós, em geral, são entidades únicas e fruto de elementos condicionantes. A mente alimenta o tempo e o tempo alimenta a mente. É um troca troca pernicioso e muito prejudicial a nossa expansão se puder observar.
Algumas tribos indígenas mais afastadas da "civilização" não usam o tempo como marcação de coisa alguma. Elas observam o movimento do sol e fazem suas tarefas em função disso, mas sem as condicionantes estressantes que a nossa marcação faz através de ponteiros do relógio.

Mesmo de férias e sem compromisso algum, algumas pessoas se veem presas aos ditames militarizados desta condicionante chamada de tempo.
Se observar bem, o tempo e o militarismo estão muito ligados. O militar utiliza o tempo como uma marcação rígida, e isto, claro, tem sua razão de ser.
Einstein nos dá uma noção do que seria uma ferramenta interessante se bem trabalhada para descondicionarmos do tempo, quando explica, de forma simples, a teoria da relatividade: "Ao sentar ao lado de uma linda mulher, uma hora parece um minuto. Mas ao sentar na boca de um fogão aceso, um minuto parece uma hora.

Essa manipulação da sensação de tempo, conforme manipulamos a mente e seus interesses, nos dá uma noção de que tempo e mente são derivados e também criador e criatura. Não havendo necessariamente esta ordem, pois se tira um o outro morre imediatamente.
Vários mestres ensinam que os condicionamentos da mente e o tempo são ilusões criadas como mecanismo de despertar da consciência, na medida em que você consegue perceber esta ilusão. São então parâmetros de "avaliação" que uma alma evoluiu de verdade a partir do momento em que ela - a alma - percebe este artifício.
Ao perceber as facetas desta nossa noção de tempo, imediatamente você ascende e se reconecta ao tudo que é.

Associar tempo ao movimento foi uma medida bastante inteligente no sentido de nos afastar da fonte e nos tornar escravos de nós mesmos.
Tente imaginar os filmes de ficção científica da década de 70, tais como o "Túnel do Tempo" e "Perdidos no Espaço" em que determinadas cenas apareciam os personagens completamente "congelados" ou "paralisados" por uma força misteriosa. Relembre a cena. O tempo ali parece ter parado, apesar de haver sempre alguém no filme caminhando com o ar de estranheza diante do que vê. Mesmo havendo o movimento da câmera e do mocinho, dá para ter uma certa sensação de que o tempo ali parou mesmo.
Todavia, esta é outra ilusão, uma vez que o tempo não se desloca para lugar algum. Não existe movimento propriamente do tempo. O tempo não é algo palpável, físico, a ponto de medirmos o seu deslocamento. O que medimos é o deslocamento do planeta e associamos ao tempo.
Como todo movimento, no sentido físico, tem começo, meio e fim ou de "A" até "B" e até "C" e assim por diante, acabamos por dar ao tempo uma característica cíclica que não é sua. Quando inserimos as marcações como minuto, horas, dias, meses, anos, esse ar cíclico, aumenta de forma intensa a sensação de começo-meio-fim, e por conseguinte uma desconexão com o princípio do eterno agora.

A teoria da relatividade nos apresenta o tempo e espaço como conceitos relativos. Será que o trem passa pela estação ou a estação é que passa pelo trem? Depende do ponto de vista. Os dois são verdadeiros, mas essa verdade só vale do ponto de vista de quem vê. Mesmo sendo válida ela não é absoluta. Ainda sim poderíamos ter mais que dois pontos de vista, ampliando ainda mais a relatividade de uma afirmação que a princípio parece "verdadeira".
Pegando esse exemplo de espaço, não poderíamos transportar para o tempo e considerar que por mais "verdadeiro" que pareça e por menor que seja minha percepção em outras escalas, ainda sim aceitar que pode haver uma relatividade que ponha em dúvida a sua concretude?

Imagine você numa plataforma suspensa no espaço sideral e sem nenhum objeto a vista. Como poderia saber se a plataforma está parada ou se movendo? Não poderia. Para perceber o movimento neste nível de consciência relativa - qual nós estamos -  precisa de uma referência, de um ponto pelo qual observa, assim como o trem e a estação.
Mas qual ou quais as referências precisaríamos retirar afim de parar ou pelo menos não ter a noção do tempo como temos daqui? Uma delas seria o movimento, na forma de deslocamento de um ponto a outro. Poderíamos cessar todo o movimento, como se faz numa meditação parada e profunda. Isto reduziria a noção de tempo e consequentemente a noção de separação quando parece que movemos mas tudo está relativamente parado.

Já pessoas em coma, perdem de fato a noção do tempo assim que retornam, associando mais uma vez o tempo a duração da consciência relativa. O tempo só existe para uma consciência limitada na capacidade de deslocar seu ponto de vista a infinitos pontos. Se pudesse estar em todos os lugares ao mesmo tempo, não haveria o tempo, pois não haveria deslocamento.
Entretanto, nos abstemos por hora de fazer. Mas podemos chegar lá. E esse lá é aqui e em todo o lugar, assim como todo lugar é um lugar só, basta mudar seu ponto de vista sem se fixar em lugar algum.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MEDITAÇÃO ATIVA.



A meditação é sem sombra de dúvida uma prática muito importante, seja lá qual for o caminho, a religião, o estudo ou mesmo se nada fizer em sua vida, em termos de busca espiritual. 
De nada adianta estudar, frequentar templos, participar de grupos de estudos, se você não medita.
Muitas pessoas deixam de meditar por acharem que para tal feito, é necessário "parar de pensar". Ledo engano. A meditação começa desde o simples ato de sentar, tentar relaxar e se reconfortar e vai até um estado meditativo pleno, em que você medita o dia todo ininterruptamente.
E para isso, existe a necessidade de estar disposto a experimentar, de sair da zona de conforto. 
Parar alguns minutos no dia, seja lá aonde for, e respirar algumas vezes prestando atenção no ar que entra e sai, já é um bom começo. Assim lembramos de quem somos, voltamos nossa atenção para o agora.
O processo ocorre por etapas. É preciso ter um pouco de paciência e muita persistência. Algumas pessoas desistem porque logo assim que começam, já esperam a redenção completa. De fato os benefícios da meditação são imediatos, mas no início ainda sutis para serem percebidos por mentes afoitas.
Meditação tem a ver com sintonia. Quem se lembra dos antigos rádios de ondas curtas, que dependendo do local, da antena, e da qualidade do próprio equipamento, exigia paciência para sintonizar determinadas estações de forma a ouvi-las de modo inteligível. Ainda sim se ouvia, muitas vezes, com ruídos e chiados sobrepostos a voz.
A meditação se apura com a prática. Nosso corpo e alma já vieram para esse mundo com uma pré-disposição natural a meditação. 
Com o tempo verá que ela acontece mais naturalmente do que imaginava. O universo dotou você de um mecanismo pró-meditação. E isso ajuda bastante a desenvolver esta miraculosa prática. 
A meditação é tão importante quanto a respiração. As duas, aliás, andam juntas. O ato de respirar, de forma equilibrada, induz naturalmente ao estado meditativo.
E esse estado trás a tona a nossa consciência. E esta, observa. A consciência interage em todas as dimensões da natureza, inclusive na física, na matéria, com este poder infinito que está no simples ato de observar. Observar atento muda totalmente a nossa realidade.
Sendo assim, dentro do ato de meditar, além da observação atenta e focada na respiração, nos batimentos do coração, na sensação do sangue circulando, está também a observação dos nossos pensamentos.
Veja, não é preciso parar de pensar. Aliás, esta "metralhadora" de pensamentos chamada de "mente" pode ser um acessório muito útil no desenvolvimento da consciência.
Observe os pensamentos que vem e que vão sem se identificar com eles. No início haverá sim muita identificação. Quando perceber, terá sido levado por um ou por outro "assunto importante". A mente é muito astuta. Todavia relaxe e tente compreender que tudo em você, está aí com um propósito, que se bem explorado, servirá de alavanca para alçar-lhe a um novo patamar.
Volte calmamente a observar. Se outra vez for levado pela mente, respire bem fundo e traga novamente a sua atenção para o aqui e agora. Nesta etapa, é preciso persistência, mas sem briga, sem tensão.
Procure se divertir assistindo a avalanche de pensamentos, idéias e o seu entrelaçamento. Lembre-se, o processo deve ser prazeroso. E o prazer pode estar justamente na descoberta de como funciona este intrincado mecanismo.
Quando pegar o "ritmo", começará a perceber que sua mente articula novas estratégias. Poderão surgir "novas" idéias e até mesmo lembranças de coisas já há muito esquecidas, na tentativa de remover você deste ato sublime de observar. Não se trata de uma guerra, apesar de parecer, e sim de um refinamento que  a mente "faz" sem a sua própria aquiescência. A mente se acha esperta, mas na verdade está lhe ajudando, considerando, claro, que você esteja atento ao processo.
Se conseguir ir adiante, poderá observar o intervalo que existe entre um pensamento e outro. Uma espécie de vácuo, que é muito maior do que aparenta. Tente mergulhar nesse vácuo. Se vier algum pensamento encima, não se incomode. Observe e espere ele passar, quando então foque toda a sua atenção novamente no intervalo, por menor que ele lhe pareça. Com o tempo irá ver que ele aumentará. Na verdade não é ele que aumenta, e sim a sua percepção.
Nesta etapa, poderíamos afirmar, sem nenhum demérito as outras etapas, que está meditando profundamente. Esta profundidade se encontra nesse vácuo. Evite, todavia, a ficar obsessivo com ela. Se deixar de percebe-la, continue observando os pensamentos, mas como já disse e não me cansarei de repetir, sem se identificar, sem se deixar levar por eles.
Outro detalhe importante é que a meditação não se resume somente ao ato de sentar durante um determinado tempo e depois sair para o mundo e esquecer de tudo. A meditação deve ser levada para todos os instantes da sua vida, inclusive na hora do sexo. Procure então acostumar-se assim, mantendo-se no aqui e agora, evitando ficar relembrando coisas e nem tampouco com ansiedades sobre o futuro.
A respiração é uma chave importante nessa coisa de trazer você de volta.
Se perceber confusão, tumulto mental, pare um pouco e respire fundo. De imediato retorna.
O fato de ficar alerta ajuda na meditação e vice-versa. 
É preciso compreender de uma vez por todas que a espiritualidade, que a ascensão, que o nosso crescimento interior, se dá nos pequenos afazeres, nas relações aparentemente costumeiras e sem importância. Espiritualidade acontece no hoje, no agora. Na fila do banco ou supermercado, no trânsito, nas negociações e também nas horas de lazer. E é nestes momentos que devemos estar em estado meditativo, atentos ao que se passa e por conseguinte no controle das nossas emoções e da nossa vida.
Assim deixaremos de ser "joguetes" nas mãos do acaso e aproveitaremos as infinitas oportunidades que nos são oferecidas pelo Universo Cósmico Infinito.