terça-feira, 31 de maio de 2011

ACEITAÇÃO.



Saudações das mais amorosas!!!

A aceitação de si mesmo e da vida como um todo é um processo simples, porém muito delicado e sutil.
Criamos, sem perceber, uma espécie de couraça muito espessa, que nos "ajudou" de certa forma a passar por um mundo extremamente primitivo, selvagem e competitivo. Todavia esta mesma couraça que aparentemente nos protege também nos afasta do melhor que há na vida. 

Veja, não há nada lá fora que nos impede de viver uma vida cheia de prosperidade em todos os setores.
O que há é essa tal couraça de energia criada pelas emoções devido a experiências passadas.
Estando consciente disso, não pelo o que eu digo, e sim - e isso é muito importante - pela sua própria e particular percepção. 
O passo seguinte é a ACEITAÇÃO da coisa como ela é! Não tem mas, não tem poréns, muito menos qualquer outra desculpa. Aceite e pronto! Não busque uma solução. Não há o que solucionar. Assim é a aceitação.

Essa garridice, esse afoitamento, esse ímpeto desenfreado em resolver, resolver e resolver te afasta não só da solução mas também de um estado aonde não haveria mais qualquer necessidade de soluções.
A vida instantaneamente se tornaria uma viagem maravilhosa e repleta de descobertas. Sim! Viemos aqui para descobrir!

As sensações de novas e mais novas descobertas nos remete a um estado de ser aonde o puro êxtase impera. Não é poesia. Não tento lhe passar uma ideia sonambúlica de algo que é simplesmente impossível.
Insisto em que algo incrível está e sempre estará a sua disposição. Não estou cobrando dízimos em troca. Não estou lhe pedindo nada. Minha função aqui é unicamente lhe alertar, chamar sua preciosa atenção para uma nova e maravilhosa descoberta. 

Alguns intelectualóides de plantão podem dizer que é um mero blá blá blá, um tiro no escuro, ou mesmo um ato covarde. Eu afirmo em alto e bom som que aceitar não tem nada a ver com amedrontar-se, nada tem a ver com recuar. Veja, não estou falando de luta. 
Esse pensamento cartesiano, de luta, de sangue, suor e lágrimas não passa pela mentalidade deste blog. Aqui nós enxergamos a vida pelo lado gostoso, leve, de grande alegria e gratidão, sem conflitos ou qualquer uma dessas bobagens que lhe enchem os ouvidos desde que você nasceu.

A liberdade é um direito e passa pela simples decisão de assumi-la. Viver em um mundo amarrado por ideias escravizantes e além disso bem aceitas pela maioria, pode não ser uma tarefa muito fácil, mas com certeza é perfeitamente possível e ao mesmo tempo muito fascinante!
Como sempre, recomendo que experimente, que teste o que eu digo e chegue sozinho a esta conclusão.
Quando você aceita, a vida acontece! As coisas fluem. Não há dificuldades. Não há fantasias também. Não é um mundo de faz de conta. É real! Mas como vivemos submersos num mundo de obrigações, aonde temos o dever de sermos "bons" moços e moças e cumpridores dos "deveres", achamos que o que escapa deste perverso roteiro estabelecido está "errado"...

Veja por exemplo o caso dos relacionamentos dito "amorosos". Os casais geralmente se unem, com o intuito de preencher um vazio. Sentem falta de alguma coisa e vão procurar no outro. Não há diferença nenhuma desta atitude para a do sujeito que pega uma algema e se amarra em alguém ou em algum poste. Mas a maioria assim o faz.

A pessoa está lá com uma enorme couraça psicológica que nem percebe, e quer ter um relacionamento. A princípio este relacionamento poderia até ser útil, para mostrar-lhe o tamanho da couraça. Mas você acha que alguém a vê??? Usamos o nosso parceiro como muleta, como depósito de esperma, e ainda nos achamos os injustiçados, se no final algo sai do controle...

Dessa forma precisamos parar e imediatamente entrar em meditação profunda. Precisamos nos olhar. Precisamos aprender que se relacionar é muito mais que um jogo de gato e rato. E isso só é possível se você se aceita.

Quando acorda pela manhã qual é o primeiro pensamento/sentimento que lhe vem a cabeça? O dia está começando e como será que recebe isso em seu coração? Já parou um pouco pra pensar?
Se estiver sol, celebre. Se estiver chovendo, celebre. Calor, frio, barulhento, silencioso, sozinho ou acompanhado. Tudo é motivo de celebração! Dessa forma você começa o processo de aceitação. Isso nada tem a ver com ser alienado ou idiota. Nada mesmo! Muito pelo contrário, você está exercendo a inteligência suprema que habita em seu interior.

Você tem problemas monstruosos? Se sente acuado? Está perdido? Conflitos diversos? ÓTIMO!!! Excelente oportunidade para exercer o imenso poder que está a sua disposição, que começa pela plena aceitação de tudo, exatamente do jeito que está! Seu imenso poder começa a funcionar neste instante.
Mas quando digo isso, as pessoas imaginam algum tipo de transformação, como aquelas dos heróis da Marvel ou do Ultraman. Acham que, se não sairem voando, nada aconteceu.

Preste atenção! Os milagres acontecem nas sutilezas! A vida é um imenso mar cheio de gotas, e cada uma dessas gotas são pequenos milagres acontecendo. Se juntá-los, em pouco tempo, eles se transformam num poderoso maremoto, capaz de varrer todo o planeta!
Quando você aceita, tudo fica mais leve e as soluções chegam muito mais rápido e sem esforço!
Se mantiver seu pensamento na competição, na disputa, no mata mata, nunca conseguirá praticar aceitação. Toda vez que acha que tem que brigar por algo, está enviando ao universo mensagens de falta, de escassez. Se houvesse fartura, por que iria brigar? Não é mesmo? Se briga, se fica preocupado, é um sinal claro que dá a si mesmo que pode haver falta, que o outro vai pegar o que era seu... 

Reconheço que diante da educação que recebemos, fica difícil assimilar, pois quando olha a expressão externa é exatamente o oposto que vê.
Por isso mesmo a aceitação é importante. Ela facilita a você, se blindar, criar um escudo mágico de proteção que nada tem a ver com aquela couraça que me referi antes. Esse escudo funciona pela plena convicção de que a vida provê tudo aquilo que necessita e um infinito "algo mais" de acordo com a sua vontade.
Não confunda ser um banana com ficar parado no tempo. Quando digo não brigar, falo de conflito, de competição. O que é seu está guardado. Esteve e sempre estará!

Só quem se aprofunda na arte da aceitação, sabe, naturalmente, que a necessidade de brigar desaparece. Essa necessidade de brigar vem dos nossos conflitos internos. Se briga dentro de você, brigará fora também!
Se movimente, ocupe os espaços, faça projetos, crie, dance, cante (se não for bom cantor, pelo menos no chuveiro...rs) sem se dar por falta, sem achar que carece de algo. Acredite, é só uma questão de treino.

Você já é completo, você já é rico, você já é saudável, você já é alegre! Basta apenas reconhecer, se dar conta sem a interferência do meio externo. Este sim tem sua função, mas chega uma hora que precisamos  separar e sentir. Pratique! Comece a se sentir bem, o melhor que puder. Mesmo que ainda não veja em sua realidade física. Faça todo dia, toda a hora, até que aos poucos essa realidade brote, como faz uma semente, de dentro de você.

sábado, 28 de maio de 2011

O RESTAURADOR DE CONFIGURAÇÕES.


Tenho visto por aí muita gente falar, ensinar aos quatro cantos, que basta ter um bons pensamentos/sentimentos e cultivar-los, que tudo ficará bem, e que a lei da atração atuará a seu favor.
A coisa é muito mais simples que isso, e sendo assim, torna-se por si mesma incompreensível por meio intelectual.

Todo o nosso trabalho aqui resume-se em experimentar. Sem nenhuma meta específica. Você não veio aqui pra cumprir metas. Mesmo havendo tendências e coisas incompletas a serem feitas. Contudo, reconheço que há essa coisa terrível de competição, do "ter que fazer", encrostado na cabeça das pessoas.

Ganhar consciência através de algum estímulo que as palavras possam trazer é um caminho sem fim. Este processo tem em seu bojo a auto-renovação e por isso torna-se infinito.

Em todo o blog recomendo insistentemente bons pensamentos e sentimentos e falo na questão da atenção que deve-se ter com tudo que acontece contigo e com o mundo. Observar, perceber e sentir é a chave. Tudo isso é um ganho de consciência. E quando me refiro aos pensamentos/ sentimentos falo neste sentido: Perceber o que pensa e o que sente. Essa prática com o tempo irá ampliar seus receptores, seus sensores instalados por todo o corpo.

Nossa estrutura psicológica tem diversos meandros, diversos labirintos que parecem não nos levar a lugar algum. Mas como em todo labirinto, não existe propriamente um objetivo principal, um caminho a ser seguido e que te leve a algum lugar.

Entenda, todo o labirinto tem uma entrada e uma saída. E a ânsia de achar que precisa da saída te derruba a todo o instante. Talvez seja melhor conhecer detalhadamente todos os caminhos sem se preocupar em sair. 

Assim, vai se situando e naturalmente acha a saída. Talvez nem vá querer sair. Quem sabe até queira construir um labirinto maior e mais diverso. Ou ainda, no final, descubra que nem labirinto havia.

Reforço novamente: É um processo de tomada de consciência. E como tal não pressupõe regras, roteiros e caminhos seguros, com começo, meio e fim.

É somente um caminho a se passar. Simples. Você passa, percebe, sente e pronto! Continua seguindo...
Existem muitos outros pequenos detalhes que, como disse, precisam ser percebidos, e são fáceis de serem.

Por exemplo: Nosso cérebro, nossa mente, tem uma espécie de "dispositivo de segurança", como se fosse um "Restaurador de Configurações" de um computador, que se encarrega de manter os padrões vigentes para que, ao acordarmos de manhã, continuemos a viver de onde paramos no dia anterior. Pouco importa se está seguindo em frente ou rodando em círculo. 

É uma espécie de memória não volátil que se expressa através de hábitos, daquilo que escapa do processo simplista de lembrar. Falo de tudo que ocorre no "automático". Apesar de haver uma conexão entre a memória e o processo de lembrar  no "automático", mas que não cabe ao que me refiro.

Esse restaurador também é responsável pelo número de horas que sente "necessidade" de dormir, pelos mesmos tipos de comida que ingere, e no caso de ter, por exemplo, mania de doença, ele se encarrega de providenciá-la ou pelo menos seus sintomas.
Se observar bem, verá que ele é responsável até para onde você olha todos os dias...

Esse dispositivo foi criado para assegurar uma certa solução de continuidade enquanto o processo de tomada de consciência não se desenvolve totalmente. Estamos numa espécie de estado sonâmbulico, meio que dormindo acordados, e por isso, neste momento, precisamos desta muleta.

Com o tempo, nasce o desejo de progredir e de criar. Esses desejos que são latentes em nós, pressionam o processo de tomada de consciência. Mas ainda precisaremos do tal "Restaurador de Configurações", só que a partir de um certo ponto, este começa a atrapalhar.

Você percebe que nasceu para criar. Percebe que bons pensamentos/sentimentos movimentam a carga eletrônica que materializa o processo criativo. Percebe que pode SER, TER e FAZER o que quiser. Mas na hora H "vê" que na realidade física esse poder de precipitação, inerente a todos nós, não acontece, pelo menos não de uma maneira muito clara pra você, devido principalmente ao retardo de tempo que há entre o querer e o realizar.

Mesmo havendo "percalços" sente-se com calma e observe. 

Somos feitos de hábitos, percebeu? Temos vários hábitos e manias. Alguns até que bons, outros nem tanto. O tal "Restaurador de Configurações" mantém os hábitos, de forma que nossa vida tenha uma certa "coerência", tenha seguimento. Com o processo de tomada de consciência, percebe-se pouco a pouco que este dispositivo, importante no começo da jornada, começa a se tornar um estorvo, porque por medida de precaução e dependendo da "programação" embutida nele, nosso sistema permite que ele interfira nas decisões tanto da alma, como da personalidade e das diversas memórias ativas (ego).

E outras palavras: Ser "coerente" significa andar em círculos. E chamo de "coerente" o sujeito que se adapta perfeitamente a um sistema vigente, sem questioná-lo e sem perceber como se sente em relação a isso.

Algumas pessoas conseguem até ir um pouco mais adiante. Criam, são, tem e fazem quase tudo que querem e ainda sim tem o tal restaurador funcionando. Isso depende muito da programação que foi inserida. Quanto mais amorosa, menos ele interfere no seu processo natural de criar.

O ato de criação é um ato de liberdade. Você precisa ser livre pra criar. E traumas roubam a sua liberdade.
Todavia, liberdade em nossa esfera é muito relativa, uma vez que tudo interage e é interdependente em maior ou menor grau.

Mas você não precisa enfiar o dedo na tomada e levar muitos choques para se libertar dos traumas e do "restaurador de configurações". Basta o que? Advinha? OBSERVAR!
Perceba seus hábitos. Veja o que faz durante o dia. Não julgue, apenas observe. Veja tudo aquilo que rejeita e o que aceita em sua vida. Procure identificar um padrão, uma repetição, mesmo em situações diferentes. 

Por exemplo, eu posso ficar com uma determinada pessoa, aparentemente porque gosto. Mas se prestar  atenção verei que posso estar com medo de uma mudança, por considerar que o desconhecido pode ser perigoso, e ficando com ela, evito e me sinto mais isolado do risco de partir para uma nova relação. 

Isto é o "Restaurador de Configurações" que atua como sendo o nosso sistema de crenças. Na verdade o Restaurador é um arquivo de crenças e ele as "organiza" de forma a potencializar seu efeito.

Se de alguma forma, aquilo que faz, o que é ou o que tem, não lhe faz bem, não permite que se sinta 100% bem consigo mesmo e ainda sim você continua a fazer, justificando-se em mil e uma desculpas, algumas  até "coerentes", é o "Restaurador de Configurações" fazendo de você uma espécie de ventríloquo.

Você só consegue deletar o Restaurador da sua mente, se observa-lo com atenção. Não há outro caminho. Precisa perceber que ele existe e como ele atua no seu dia a dia.

Se não consegue perceber, ficará prisioneiro dele e sofrerá as limitações inerentes. Até mesmo trazendo-te a falsa sensação de que bons pensamentos/sentimentos de nada adiantam no processo criativo.

De fato, é possível criar, sem necessariamente cultivar, bons pensamentos/sentimentos. Só que essas criações são como castelos de areia, que se desfazem com o tempo ou com a primeira grande ventania.

Dedique-se agora a grande arte de perceber-se e ao mundo a sua volta. Aprecie, admire, olhe com mais amor, intensifique seu olhar mesmo que se depare com situações não tão boas assim.

Uma percepção de quem mesmo não estando ainda em total alegria faz de cada situação um bom e proveitoso momento todo seu, ainda que na presença de muitos.
O processo de perceber, de estar ligado nas situações, por mais incomodas que possam ser é a síntese da vida.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

YOGA.


Pratica milenar na Índia e em muitos outros lugares do mundo, a Yoga, da raiz verbal Yuj, que significa unir, direcionar, concentrar, preparar e meditar, é uma daquelas práticas que recomendo sem ressalvas.
Trata-se de um tipo de meditação do movimento. São exercícios de postura e alongamento, cuja a finalidade precípua é desbloquear, desentupir os canais de energia que interligam todos os chakras do nosso corpo, e promover a circulação destas energias em níveis mais profundos no próprio chakra.
Com isso, nossa expressão neste mundo físico se harmoniza mais com aquilo que somos de fato. Além é claro de promover um bom preparo físico e a consequente regulação do metabolismo.
Na verdade usamos os movimentos e as posturas como um estímulo externo não só a energização, mas também a uma vivência de todo esse processo que promove uma consciência corporal muito forte. E assim sendo, uma energização - ou impressão psicológica permanente -  que servirá de gancho ou apoio a diversos "up grades" da própria consciência em si.
Existem mais de 300 tipos e subtipos de Yoga, podendo ser divididos a nível de força, sutileza e profundidade. A medida que flexibiliza seu corpo começa a interagir com ele em um nível mais profundo. A proposta, sem sombra de dúvida, é muito boa. Todavia, como sempre recomendo, deve haver prazer e alegria no que se faz. Afaste de uma vez por todas essa coisa do esforço. 
A Yoga, nada mais é que um processo de harmonização interna, partindo de um estímulo externo e sendo assim, deve ser muito tranquilo, mas resguardando sempre uma certa disciplina e comprometimento mínimo, pois trata-se de cuidar de você mesmo.
Se não gostar de um determinado tipo, procure outros. Existem diversas modalidades e dentro de uma mesma modalidade existe ainda o preparo e o cuidado do professor ou da equipe que ministra o ensinamento. Pode não parecer, mas faz uma enorme diferença.
Evite, se puder, as academias. Procure os centros ou escolas de Yoga, principalmente aquelas que se dedicam exclusivamente a este ensinamento. A tendência ali é que a qualidade seja melhor.
Existem ainda aulas pela internet e até no you tube. Só que não terá o auxílio de alguém para verificar se a postura está correta, até mesmo no sentido de não lhe provocar lesões. Lembre-se: Nem demais e nem de menos.
No início haverão sintomas emocionais devido ao corpo não estar acostumado e ao impacto que pode provocar nos seus chakras a circulação de energia em níveis mais profundos. Irritabilidade, confusão, desânimo e até cansaço são uma resposta não amistosa do corpo, devido a ele errôneamente achar que algo "errado" ou fora do "normal" está acontecendo. 
Quanto mais você aceitar que possa haver um certo incomodo, no começo, mais rápido ele se dissipa. Mas nada de sofrimento, apenas um certo incomodo tolerável, que é claro, varia de pessoa pra pessoa.
Lembre-se mais uma vez: Todo esse processo é de tomada de consciência, e assim, deve, desde o início, ter a sua intenção de despertar isso em você. Procure estar atento e observe o mais que puder!
O que vale é a passagem e não a chegada.

domingo, 15 de maio de 2011

ÍBIS DE TOTH


Personagem da mitologia egípcia, o Deus Íbis de Toth ou simplesmente Toth, é o Deus-escriba e a ele atribui-se a criação dos hieróglifos, o alfabeto utilizado nos manuscritos antigos. 

Com isso, ele torna-se o mensageiro, o mestre da intelectualidade, aquele que é encarregado de transmitir, registrar e difundir o conhecimento mítico.
Segundo a tradição, o Íbis é a última ave a desaparecer antes do furacão e a primeira a retornar após a tempestade.
Era tido como o "engenheiro da pirâmides" e habitante de Atlântida, a antiga civilização perdida.

Estava relacionado a Hermes Trismegisto (Três vezes o grande), pois este também era reconhecido na mitologia Grega, como o Deus Hermes, o Deus da escrita, da sabedoria, do conhecimento. Na verdade seriam a mesma entidade.

Aparece também na grande obra do Pintor, alquimista, místico Holandês Johfra, o "Zodíaco esotérico", mais precisamente no signo de libra ao lado da deusa Hator, conforme mostra a figura abaixo:


Johfra atribui a Íbis de Toth um domínio sobre a alquimia e o poder de precipitação, os mesmos atribuídos a Hermes Trismegisto.
Todos os relatos feitos aqui são puro simbolismo. Veja na lâmina de Libra, que o conhecimento, ou melhor, o caminho a ser percorrido é descrito através de símbolos, como fazia Toth com os hieróglifos. 

É necessário ao conhecimento que transcende a intelectualidade, trazer em seu bojo, uma aura de encantamento, afim de furar nosso bloqueio crítico ou mesmo a nossa incapacidade de absorver, naquele momento, a grandiosidade deste devido a pouca percepção que temos para outras formas de transmitir mensagens e experiências.

Nesta lâmina de Libra, você pode pesquisar o que cada peça que compõe o quadro significa, e até o que cada uma quer dizer, mas somente terá o conhecimento maior quando entender o conjunto REUNIDO e o que representa, ou seja, qual é a mensagem resultante da interação de tudo que ali está. 

E mais: Isso pelo simples bater do olhar, pois a imagem não prescinde de análise detalhada, uma vez que fatalmente ela cairia no campo Intelectual/racional limitado para determinadas questões. Há que se achar o meio termo.

Este fenômeno que quero lhe passar também acontece em todas as obras de arte, cada qual com o seu alcance e sua finalidade. 
Para se ter uma visão assim é preciso reunir diversas faculdades inerentes a nós e as por em funcionamento de maneira sincronizada.

No caso de Johfra ele descreveu todo o caminho, por assim dizer, nas doze lâminas  do zodíaco, fazendo um "resumo" para nós da jornada, do caminho interno que iremos seguir, mais cedo ou mais tarde.

Quero lhe chamar atenção, que não se atenha somente a leitura tradicional para obter conhecimento. É importante também desenvolver a capacidade de ler a linguagem dos símbolos e da interação entre eles. 

Como já disse, muita, mas muita coisa mesmo não pode ser passada através da escrita tradicional. Daí o próprio Toth ter se utilizado dos hieróglifos, cuja a dinâmica é muito rica e de difícil leitura para as mentes eminentemente racionalizadas.

E se quer ampliar seus horizontes, tem que começar a olhar outras formas. Quem já estudou Braille e não é cego, sabe o que quero dizer. 
A leitura através dos símbolos e a reunião de todas essas ferramentas, desde os desenhos, pinturas, diversos idiomas, o Braille, a mímica, o movimento corporal de todos os seres vivos e os movimentos dos demais elementos da natureza, trará uma clareza muito maior na interação e na busca de conhecimento ou no mínimo de estímulos suficientes para lhe reconduzir a uma profundidade nunca antes vivida.

Nos doze trabalhos de Hércules - da mitologia grega - se você ler os contos, verá, por exemplo, que no segundo, quando ele mata a Hidra de Lerna, uma serpente com corpo de dragão e nove cabeças, reina absolutamente a questão do simbolismo. Nove Regiões? nove portas? nove passagens? nove etapas? nove degraus? Tudo é possível desde que reunamos as demais peças do contexto analisado.

Eu, por exemplo, prefiro ver as obras de arte relativas a história, pois estas me passam muito mais conteúdo do que o texto escrito. Neste caso, se não tiver consciência de todo o simbolismo envolvido, a história mais parece um conto de fadas para crianças. 

Existe uma razão para que a Hidra de Lerna tenha nove cabeças. Ela poderia ter cinco, dez ou quinze, mas tem nove e há uma razão para isto. E esta razão só pode mesmo ser entendida quando vivida, tendo como aperitivo a linguagem simbólica que transcende e muito a linguagem escrita comum.

sábado, 14 de maio de 2011

CONCENTRAÇÃO DE FORÇA PARA REALIZAÇÃO


Muito se fala da força do pensamento, do sentimento, da emoção. As pessoas tentam focar naquilo que desejam. Parecem estar focando, mas nada muda. Num piscar de olhos chega a dúvida: Será que é assim mesmo que funciona essa coisa de Lei da atração? E o pior: Será que ela existe mesmo?
Só há uma forma de descobrir e constatar. E não serão minhas palavras que o farão. Definitivamente você precisa se dedicar em tempo integral a arte de observar. E quando digo observar, quero dizer apenas isto. Não falo de mudar, de alterar, de mexer no que quer que seja. Falo apenas em observar!

A física Quântica já comprovou através de experimentos de laboratório, assim como outros recentes experimentos, que apontam para um caráter ativo do ato de observar. Em outras palavras: Observar não é somente uma postura passiva, ela é, e muito, uma postura altamente ativa!
Pelo simples ato de observar, com plena atenção, você mexe, altera aquilo que observa, sem mexer no sentido a que estamos acostumados do termo.

Observar provoca um movimento eletrônico - de átomos e elétrons - no ambiente, no objeto, no éter e imediatamente incentiva uma propagação. Observar muda o comportamento da partícula!
Essa propagação devido a mudança no comportamento da partícula pode ou não seguir adiante. Depende da intensidade e direção do olhar. Ela pode seguir de modo firme e decidido ou frágil e cambaleante, devido a interrupção ou alternância da frequência de estímulos - emoções - que se dá na idéia concebida.
Em outras palavras, se manter um foco contínuo, em conjunto a emoção regulada para aquele propósito você realiza, a coisa acontece!

O que deve ser feito então? Prestar atenção nos intervalos! Esta é a chave! Enquanto está acordado, você não pára de pensar. Mas se perceber, verá que entre um pensamento e outro, existe um intervalo. Mesmo com relação as emoções, também existe. Relembre um acesso de raiva ou uma boa gargalhada que tenha dado, e tente reviver procurando ver o começo, o meio e o fim da emoção. Conseguiu perceber a flutuação? 

No início verá apenas pequenas brechas, quase como um relâmpago. Pouco a pouco perceberá hiatos cada vez maiores. Se conseguir contemplar por mais tempo os hiatos, já estará fazendo o que todos chamam de MEDITAÇÃO. A meditação nada mais é que conseguir observar e prolongar a observação desses hiatos ou espaços entre os pensamentos.

Se desenvolve essa capacidade, automaticamente desenvolve a capacidade de aumentar; de "juntar" os pensamentos e manter aquele estímulo que me referia lá atrás de forma contínua. Assim, você amplifica a concentração de força ao máximo e consegue - juntamente com a respiração - concretizar rapidamente - em alguns casos de forma instantânea, o que os místicos e alquimistas do passado chamavam de "PODER DE PRECIPITAÇÃO". Ou seja a realização de todos os desejos imediatamente!

Esqueça o tempo. Esqueça o processo. Esqueça os degraus. Esqueça escalas. Tudo se concretiza no exato momento que mantém o fluxo contínuo, sem buracos, sem intervalos.
Mas isso, claro, pra quem atingiu esse patamar, que é simples, mas não é fácil devido a termos sido educados e acostumados ao fator tempo. 
O tempo cria os buracos. E os buracos realimentam a ilusão do tempo. E quando digo ilusão, não falo do que não existe propriamente, e sim de um determinado ponto de vista
.
Existem muitos artifícios que os verdadeiros alquimistas usavam para driblar os inconvenientes que a ilusão do tempo criava na descontinuidade da força do fluxo focado dos pensamentos para aquilo que desejamos.
Mas ao invés de ensinar truques, gostaria de reafirmar que o mais importante é você dominar o processo desde o seu nascimento, e isso somente se dará, através da observação meticulosa e persistente.

Agora é claro que você também pode somar uma força descomunal a esse processo, por exemplo, durante o sexo, revertendo a ejaculação, e fazendo essa energia irrigar seus canais ao subir pela coluna vertebral indo até o cérebro e descendo pela língua para tireóide, coração e aparelho digestivo, aonde ficará armazenada na barriga que é o nosso tanque de armazenamento da energia sublimada. 
Se perceber os intervalos, conforme descrevi antes, durante o coito, sua energia, como já disse, amplifica podendo chegar ao infinito.

Perceba que as duas coisas são igualmente importantes e devem ser usadas por nós com a mesma habilidade para propósitos diferentes. Explico.
Se você deseja relaxar, se integrar ao seu ser interno, descansar, entrar em contato com tudo e todos, perceber nuances delicadas e sutis da natureza e do cosmos, AUMENTE SUA PERCEPÇÃO dos intervalos. Ou melhor, AUMENTE OS INTERVALOS ENTRE OS PENSAMENTOS.

Agora se desejar praticar alquimia, exercer seu direito legítimo do poder de precipitação, alterar formas, fluxos, energias no mundo da matéria, realizar desejos materiais ou correlatos ao mundo físico, ELIMINE OS ESPAÇOS ENTRE O PENSAMENTO FOCADO NAQUILO QUE DESEJA. MANTENHA O PENSAMENTO DAQUILO QUE DESEJA EM MODO CONTÍNUO POR MAIOR TEMPO POSSÍVEL. 

De qualquer jeito, terá que ter a percepção dos intervalos, porque só assim poderá medir, calcular e consequentemente manipular esse imenso poder que é um direito do todos nós para todas as questões, neste e em outros mundos que vivemos.
ISTO É CONCENTRAÇÃO DE FORÇA. BASTA APENAS TREINAR.


domingo, 8 de maio de 2011

RUMO A UNIDADE.


Falar sobre um tema tão vasto e profundo usando a forma escrita de um idioma, que apesar de amplo, torna-se um grande exercício de palavras.
Na verdade já somos a unidade. Despercebida em alguns níveis por estar multifacetada pelo ato da expressão nesta dimensão.

Me expresso para exercer o ser. E se faço, dentro dos parâmetros vigentes, perco temporariamente a noção de unidade. O ato de experimentar numa dimensão onde o aparente não aparenta, cria certas distorções de percepção. É preciso investigar e olhar de diferentes ângulos para se chegar a uma síntese.

Inicio então a busca da unidade "perdida". Todavia reparo que não há nada a ser encontrado. Surge como um tapa, a surpresa. Me empolgo em aprofundar. E é aí que eu de fato me perco. Alguém havia me dito que eu tinha que buscar!...

O simples torna-se indigesto e o grande, ameaçador. Te ensinam a buscar, a ir atrás de coisas que estão bem aqui ao seu alcance. Mas quantas bobagens te ensinam, hein! 
Haveria então alguma razão extraordinária para tudo isso? Só conjecturas, teorias da conspiração e joguinhos de videogame.

Nada a encontrar, nada a fazer, nada a saber. Mas será que assim não deixo de me expressar? O mundo não necessita de obras? Se você chama correr atrás do próprio rabo de uma forma de expressão ou mesmo de qualquer outro "passa tempo", sim. Você deixou de se expressar de um jeito que não vai lhe fazer a menor falta, apesar de não haver erro algum no fato de viver assim.

Ganhou uma "nova" forma de expressão. Aquietou-se. Existe muito mais movimento na quietude e no silêncio que você possa imaginar.
Parar de procurar é uma senhora atitude. Digna de mestre.
O que procuramos nos procura também. Não existe no universo via de mão única. As vias, os meios, são sempre em mão dupla.

Não condene, não critique. Nem a você e nem a quem quer que seja. Tudo está como deve ser. Tudo é o que é. Relaxe e sinta as batidas do seu coração. Permeie o estado de ser que é e se destransfigure no elo conector.

A grande mágica nasce da interação em um mundo absolutamente incoerente, paradoxal e quase histérico  em meio a toda essa plenitude que relato.
Mas como sempre, relatos são só relatos. Dignos de serem lidos e esquecidos no meio de tanto bagulho.

Quando começa a perceber que essa mágica nasce do caos e que dentro deste mesmo caos está a plenitude serena, e que caos e plenitude são lados da mesma moeda, você retorna a infância não para ficar lá e sim pra traze-la pra cá e começar a brincar com tudo isso. 

Você canta, você dança, você sente e flutua no oásis.
Tu deixastes de ser para ser mais ainda. Os aros sem nexo estão ligados. O sem sentido ganha não só o sentido de volta, ganha também, a vida.


A MAGIA DO FOGO.



Você já ficou um tempo olhando a chama de uma vela ou de uma fogueira? Já tentou entrar nela e "balançar" em suas flutuações? Conseguiu perceber como ficamos hipnotizados com a chama? Já jantou a luz de velas, no sussurro e em um ambiente muito claro e barulhento? Se não, tente imaginar. Se der crie essa situação, analise e sinta o que tento lhe dizer.

Não é a toa que o fogo é cultuado desde os primórdios da humanidade. Não só por suas utilidades de cozimento, aquecimento e tantas outras. O fogo traz embutido uma certa magia, um certo poder.
Não se trata de uma simples crença. Observe por você mesmo. Se está frio, num acampamento, por exemplo, o aquecimento que ele traz, vai além de um conforto, e aconchego. 

Ele REGENERA! pois interage num nível psíquico. O fogo hipnotiza! E essa hipnose pode ser muito útil para que nos livremos de crenças e bloqueios indesejados e muitas vezes desconhecidos.
Se está num clima romântico e acende velas para um jantar ou mesmo uma lareira, abraça o ser amado e fica ali, reconfortado por múltiplas sensações, que vão muito mais além do que imagina. Basta perceber.

O fogo é um dos elementos da natureza que tem propriedades de transmutação, de higienização e assepsia. Esta marca ele carrega até as demais dimensões. Esta assepsia pode ocorrer em todos os corpos sutis, não só no da terceira dimensão, que é a nossa, a da matéria.

O fogo por ser um elemento, no qual vemos um movimento harmonioso - sim eu sei, na água e no ar também vemos ou sentimos - tem um "ritmo" próprio e sintoniza com nossa psique.
A água e o ar também se movimentam e criam um impacto forte. Mas nada se iguala ao fogo, que queima e interage com uma potência instantânea e súbita.

Além do fato de emitir luz visível e de múltiplas cores, ele atinge os cinco sentidos de forma contundente.
O fogo pode ser usado para tratamentos psíquicos de choque. Assim ele tem o poder de remover "crostas psíquicas" muito coladas em nossos corpos sutis.

Não estou aqui fazendo apologia ao fogo em detrimento dos outros elementos que são igualmente importantes. Precisamos interagir não só com o fogo, mas também com os demais elementos. 
Quero lhe chamar a atenção para esse ritmo, para a forma com que ele se manifesta em nossa dimensão e ainda lhe dizer que esta forma se extende muito além do que os olhos ditos "normais" alcançam.

O fogo é o elemento chave da Alquimia e do poder de precipitação. Pesquise e veja a sua presença unânime em todos os rituais religiosos ou não por todo o planeta.
Mas como sempre, não acredite em nada do que eu digo. Experimente, pesquise, observe.

Sente-se calmamente em frente ao fogo e observe-o. De preferência por pelo menos uma hora. Se de início você não aguentar, vá fazendo paulatinamente e comprove por si mesmo os resultados
.
Precisamos de uma vez por todas desfrutar do que a natureza nos oferece, interagir e buscar ferramentas que de alguma forma nos ajudem a sair deste estado sonâmbulico que nos encontramos.

As ferramentas estão todas aqui, ao nosso alcance. Não precisamos mudar de país ou de cidade para evoluir e crescer.
Sendo assim, vamos agir!

sábado, 7 de maio de 2011

A GRANDE ILUSÃO.





O fluxo de experiências que designamos por “consciência” não é o que parece.
Não admira que ela seja tão difícil de explicar. “Último grande mistério da ciência;” o mais desconcertante problema da ciência da mente : é assim que os cientistas falam sobre “consciência”. Mas, e se todas as nossas experiências conscientes forem grandes ilusões?

Como a maioria das pessoas, eu costumava comparar minha vida consciente a um fluxo de experiências que atravessassem minha mente, uma após a outra. Mas começo a conjecturar se a consciência é realmente isso. Seria essa assunção, aparentemente inocente, a razão pela qual a idéia da consciência seja tão desconcertante?

Diferentes linhas de pesquisa sobre os sentidos, na década passada, sugerem que os bravos estudiosos da ciência do conhecimento, psicólogos e neurologistas que ousam abordar o problema da consciência estão procurando a coisa errada. Se a consciência parece ser uma corrente contínua de ricas e detalhadas visões, sons, sentimentos e pensamentos, então sugiro que aí esteja o engano (ilusão).

Primeiro, é preciso esclarecer o que se quer dizer com o termo ilusão. Dizer que a consciência é uma ilusão não é dizer que ela não exista, mas que não é o que parece – semelhante a uma miragem ou a uma ilusão visual .E se a consciência não é o que parece, não admira que seja tão misteriosa. Para que a proposição de que tudo se trate de uma ilusão mereça sequer ser considerada, o problema deve ser sério. E é. Não se pode nem mesmo começar a explicar a consciência. Tome essa página que está diante dos seus olhos. Agora mesmo, você presumivelmente está tendo uma experiência visual consciente de ver a tela, as palavras e as figuras. O seu modo de ver a página é peculiar a você, e ninguém mais pode saber exatamente como ele se dá em você. É assim que se define a consciência: é a experiência subjetiva que é exclusivamente sua.

Mas como você vai de uma tela real, composta de átomos e moléculas, para a sua experiência de vê-la ? Objetos reais, físicos, e experiências pessoais são espécies de coisas completamente diferentes; como se podem relacionar uma com a outra ? David Chalmers, da Universidade de Tucson, Arizona, diz que este é o “Grande Problema”. Como pode o estímulo de células cerebrais produzir experiências subjetivas? Parece mágica : água em vinho.

Se você ainda não está perplexo (caso em que não estarei fazendo direito meu trabalho ) considere outra questão: parece que a maior parte do que acontece no cérebro não é consciente. Por exemplo, podemos estar conscientes de ouvir uma canção no rádio do carro, conquanto não estejamos conscientes de todas as coisas que fazemos enquanto dirigimos. Isso nos conduz a fazer uma distinção fundamental: contrastar processos cerebrais conscientes com aqueles que não o são . Mas ninguém pode explicar qual é a diferença real entre uns e outros. Existe um lugar especial no cérebro onde coisas inconscientes se fazem conscientes ? Serão certas células cerebrais dotadas de algo especial e mágico que torna o que passa por elas subjetivo ? Isso não faz sentido. Entretanto a maior parte das teorias sobre a “consciência” pressupõe que deva haver tal diferença e, depois, essas teorias ficam em xeque para explicá-la ou investigá-la.

Por exemplo, uma popular teoria equipara os conteúdos da consciência aos da memória ativa. Mas como o estar na “memória” transforma impulsos elétricos em experiências pessoais?
Outra linha popular de pesquisa é a que busca os “correlatos neurais” da consciência. Ela quer demarcar as atividades cerebrais que correspondem “ao retrato vívido do mundo que vemos diante dos nossos olhos”. Outro, já procura o “estado físico particular do cérebro que sempre acompanha um sentimento subjetivo”.
Esses pesquisadores não estão sozinhos em suas buscas Porém todas as tentativas tropeçam exatamente no mesmo mistério: como podem certos tipos de atividade cerebral estar “no” fluxo da consciência , enquanto outros não? Não vejo como essa diferença seria possível.

Poderia o problema ser tão sério que precisássemos voltar ao princípio? É possível, afinal, que, não exista nenhum fluxo da consciência, nenhum filme no cérebro, nenhuma imagem do mundo que temos diante dos olhos? Não seria tudo isso apenas uma grande ilusão?
Você pode protestar que está absolutamente certo de experimentar suas vivências conscientes como se constituíssem um fluxo. Mas talvez tenha notado uma instigante singularidadezinha. 

Imagine que está lendo esse post quando, de repente, percebe que o relógio está batendo. Você não tinha notado antes, mas agora que notou, sabe que o relógio bateu quatro vezes e você pode continuar contando as batidas. O que aconteceu aqui? Foram as três primeiras batidas realmente “inconscientes”, depois pinçadas da memória e jogadas na corrente da consciência? Se assim foi, o conteúdo da corrente foi mudado retrospectivamente para parecer que você as tinha ouvido na ocasião? Ou o quê? Você pode elaborar outras explicações para isso mas é improvável que sejam simples ou convincentes.

Problema semelhante se põe quando ouvimos falar. Você precisa escutar várias sílabas antes que o significado de uma frase se torne inequívoco. Então, o que estava na consciência após uma sílaba? E o que era transformou-se de gorgolejo em palavras no meio do trajeto? Não nos parece assim, pois percebemos como se tivéssemos ouvido uma frase com sentido enquanto ela era dita. Mas isso é impossível.

A consciência também faz coisas engraçadas com o tempo. Um bom exemplo é o “cutaneous rabbit”. Se se dão rápidos tapinhas no braço de uma pessoa, digamos, 5 vezes no pulso, depois 2 perto do cotovelo e finalmente 3 vezes no antebraço, eles são sentidos não como uma série de tapas isolados, dados em grupos, mas como uma série contínua movendo-se para cima, como se um bichinho corresse braço acima.
Poderíamos perguntar como os tapas , do 5 ao 2 foram sentidos como se subissem o antebraço, quando o próximo tapa na série ainda não havia sido dado. Como o cérebro sabia onde o próximo tapa cairia?

Poder-se-ia explicar dizendo que o fluxo da consciência atrasa-se um pouco, para o caso de haver mais tapas. Ou talvez que quando o tapa no cotovelo é dado, o cérebro volta atrás no tempo e muda o conteúdo da consciência. Se assim for, o que estava realmente na consciência quando o tapa 3 aconteceu? O problema surge apenas quando consideramos que as coisas devem sempre estar “dentro” ou “fora” da consciência. Se essa distinção aparentemente natural causa tanto trabalho, talvez devêssemos abandoná-la.

Dificuldade ainda mais profunda cerca a nossa compreensão dos mecanismos da visão consciente. Você pode estar inteiramente convicto de que, neste exato momento, esteja vendo uma imagem vívida e detalhada do mundo diante de seus olhos e ninguém pode contestá-lo. Considerem-se, então, algumas experiências.

As mais desafiadoras são estudos sobre a “cegueira de mudança”. 
Imagine que lhe pedem para olhar a figura da esquerda de uma ilustração. Então, no exato momento em que você movimenta os olhos (o que se faz várias vezes por minuto) a figura é trocada pela da direita. Você notaria a diferença? A maior parte das pessoas crêem que sim. Mas estariam enganadas. Quando nossos olhos estão parados, detectamos mudanças facilmente, mas quando a mudança acontece durante um movimento do olho ou numa piscada, ficamos com a “cegueira da mudança”.

Outro modo de demonstrar essa cegueira do movimento é apresentar as duas figuras uma após a outra repetidamente numa tela de computador com “flashes” de cinza nos intervalos (veja como exemplo: http://nivea.psycho.univ.paris5.fr/ASSCgt-ml/kayakflick.gif). Podem ser necessários muitos minutos para as pessoas detectarem mesmo um grande objeto que mude de cor, ou um que desapareça completamente, mesmo que esteja bem no meio da figura.
Que significam esses extraordinários achados? No mínimo eles ameaçam a lição dos livros de que a visão seja um processo de construção, em nossas cabeças, das coisas do mundo que nos cerca. A idéia é a de que, enquanto movemos nossos olhos ao redor, vamos compondo um quadro sempre mais detalhado e este quadro é aquilo que temos consciência de ver. 

Essas experiências mostram, porém, que esse modo de pensar a visão tem que ser falso. Se tivéssemos tal quadro em nossas cabeças certamente notaríamos que algo mudara, mas não o fazemos: partimos para a conclusão de que estamos vendo uma imagem contínua, detalhada e rica. Isto, porém, é uma ilusão.
Pesquisadores discordam quanto à significação dessa ilusão. Eles sugerem que durante cada fixação visual, nosso cérebro constrói uma representação transitória da cena. Ele então extrai o essencial e descarta todos os detalhes. Isso é que nos dá o sentimento de continuidade e riqueza, sem demasiada sobrecarga.

Esses pesquisadores vão mais além e afirmam que nunca formamos representações da cena como um todo, nem mesmo enquanto as fixamos. Pelo contrário, construímos o que ele chama de “representações virtuais” somente do objeto ao qual estamos prestando atenção. Nada mais é representado em nossas mentes, mas ficamos com a impressão de que tudo esteja lá, porque um objeto novo sempre pode ser introduzido no exato momento no exato momento em que estamos olhando. 

Finalmente, nossas noções ordinárias sobre a visão são demolidas pelos psicólogos Kevin O’Regan da CNRS, a Agência Nacional Francesa de Pesquisa, em Paris, e Alva Noë, da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, que primeiro descreveram a visão como fenômeno ilusório. Argumentam que não necessitamos de nenhuma representação interior, porquanto o mundo está sempre lá como referência. De acordo com sua teoria sensório-motora da visão, não se trata de construir imagens do mundo em nossas mentes mas a visão tem a ver com o que estamos fazendo. Ver é uma forma de interagir com o mundo, uma forma de ação. Aquilo que permanece no intervalo entre os movimentos do olho não é um retrato do mundo, mas a informação necessária para ulterior exploração. A teoria é dramaticamente diferente das teorias da percepção anteriores.

Não se sabe, claramente, qual está certa. Talvez todas estejam equivocadas. Mas não há dúvidas quanto ao fenômeno básico e sua principal implicação. A procura do correspondente neural do quadro detalhado em nossos cérebros está condenada porque tal quadro não existe.
Aí se coloca um novo problema: se não temos uma imagem, como podemos agir sobre o que vemos? Embora pareça razoável, a pergunta esconde outra falsa premissa: a de que para agir temos que ver conscientemente. Basta pensarmos no jogador de tênis que devolve um serviço antes de vê-lo conscientemente para verificarmos que ela é falsa. Mais extraordinário ainda é que tenhamos, provavelmente vários sistemas visuais autônomos que fazem seu trabalho de forma independente, em vez de um sistema único que produza uma visão unificada do mundo.

Outros cientistas aventam que haja um sistema veloz para o controle visual-motor e um sistema mais lento para a percepção de objetos. Muito de suas conclusões vêm do estudo de pacientes com danos cerebrais, tal como D.F., que experimenta a condição conhecida por agnosia visual. Ela não pode reconhecer objetos pela visão, nomear desenhos de linhas simples, reconhecer ou copiar letras, embora as reproduza corretamente quando ditadas e reconheça objetos pelo tato. Pode também alcançar e agarrar objetos familiares ( objetos que não pode reconhecer) com notável precisão. D. F. parece ter um sistema visual que orienta suas ações, mas seu sistema de percepção foi afetado. Experiência conclusiva foi feita, colocando-se D.F. diante de uma fenda (slot), posicionada ao acaso em diferentes ângulos. Ela não pode ver conscientemente a orientação da fenda, nem desenhá-la ou fazer coincidir uma linha com o mesmo ângulo; mas quando lhe deram um cartão, pôde alinhá-lo e introduzi-lo com rapidez e precisão.

Talvez a conclusão mais óbvia seja a de que o sistema perceptivo lento seja consciente e o mais rápido, de ação, seja inconsciente. Mas então está de volta o velho mistério. Teríamos que explicar a diferença entre sistemas conscientes e inconscientes. Existe um ingrediente mágico num deles? A informação neural se transforma em experiência subjetiva apenas por ser processada mais lentamente?

Talvez a solução seja admitir que não existe o fluxo de experiências conscientes com base no qual agimos. Pelo contrário, uma grande quantidade de coisas diferentes perpassam por nosso cérebro contínua e instantaneamente. Nenhuma delas está “dentro” ou “fora”. Mas, mesmo assim, algo acontece para criar o que parece ter sido um fluir da consciência unificada; uma ilusão de riqueza e continuidade.

Parece estranho, mas tente surpreender-se não sendo consciente. Mais de cem anos atrás, o psicólogo William James comparava a análise introspectiva a “ tentativa de acender o lampião rápido o suficiente para perceber como a escuridão parece”. O equivalente moderno seria olhar dentro do refrigerador para ver se a luz está sempre acesa. Não importa quão rápido se abra a porta, nunca se pode surpreendê-la. O mesmo vale para a consciência. Sempre que você se pergunta “Estou consciente agora?”, você está.

Mas talvez somente quando você se pergunta haja algo ali. Talvez a cada tentativa uma história seja retrospectivamente confeccionada sobre aquilo que estava no fluxo da consciência um momento antes, juntamente com um “eu” que aparentemente a estava vivenciando. É certo que não havia nem um eu consciente, e nem a corrente, mas agora é como se houvesse.

Talvez uma nova história seja fabricada sempre que você deseja olhar. Quando nos indagamos sobre ela, pareceria que um fluxo consciente estaria ocorrendo. Quando não nos importamos em perguntar, ou olhar, isso não acontece, mas então não o notamos, portanto não importa. Admitir que tudo seja uma ilusão não resolve o problema do que seja a consciência, porém modifica-o completamente. Em vez de perguntar como impulsos neurais se transformam em experiências conscientes, devemos perguntar como a grande ilusão é construída. Não será tarefa fácil, mas será, pelo menos, possível.





Traduzido e adaptado de um artigo da revista "New Scientist"  número 2348 de 22/06/02.
 Da psicóloga Susan Blackmore.  




O AMANHECER.




                                         

Linda música do cantor e compositor Taiguara, famoso na década de 70, cuja a letra remete a liberdade de ter uma esperança genuína de uma vida que pode e deve ser sempre melhor a cada dia. Sendo que cada dia que nasce, nasce junto uma nova oportunidade que o universo nos presenteia. Vale ouvir e prestar atenção na letra.