domingo, 27 de março de 2011

CONTOS DA CAROCHINHA...


Toda a história contada tem um papel muito além de entreter. No universo infantil, por exemplo, elas podem passar o tempo, fazer ninar, estimular a criança a viajar colaborando na  elaboração seu mundo imaginativo.

Essa elaboração do mundo imaginativo infantil, no meu modo de ver, é mais importante que toda e qualquer educação que possa ser dada, sem querer tirar o mérito de qualquer uma outra.

Mas de tanto ouvir e depois de tanto contar histórias, quase sempre perdemos o rumo, e descambamos para incutir coisas na cabeça das pessoas que nada lhe servem e além disto criam uma série de medos e bloqueios.

Ficamos então viciados em contar histórias, e quanto mais aterrorizantes, surpreendentes ou chocantes elas forem melhor e mais satisfeitos nos sentimos, principalmente quando trata-se de fofocas. 

As histórias tem o seu papel importante quando tentam compartilhar uma experiência ou trazem em seu bojo, um simbolismo que nos remete a ir além do lugar comum a que estamos acostumados.

Histórias deveriam servir para alegrar, para fazer pensar, amplificar nossa curiosidade e imaginação. Em suma: abrir um leque de possibilidades. Mas quase sempre desvirtuam.

Um adulto inteligente saberá discernir. Mas e as crianças e outros adultos desprovidos dela, como farão? Só lhes resta propagar, numa tentativa de entender melhor o que lhe foi contado. E assim, uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade, ou pelo menos é aceita como tal.

Se você questionar um pouco apenas, qualquer contador de histórias, verá que muitas delas não tem sequer qualquer fundamento, de qualquer lógica, nem mesmo em mundos imaginativos mais arrojados.

Como já disse em outro post, histórias do fim do mundo, de conspirações políticas ou empresariais, do mundo artístico e do jornalismo de um modo geral, deveriam sempre passar por um crivo inteligente de cada um de nós. E creia, você pode!

Se deseja saber das novidades, muito bem, filtre-as com a lente dos seus sentidos. Não acredite em nada assim de cara. Analise e busque outras fontes. Questione sempre, é um direito legítimo seu, seja qual for a condição em que vive.

O melhor filtro que existe é se manter afastado dessas notícias, bem como de pesquisas de "renomadas universidades", que mudam a cada instante, ao sabor sabe-se do que ou de quem. 

Todavia, não devemos nos isolar do mundo em movimento, porque nele há uma vida exuberante que jorra em toda a sua plenitude, e esta está em toda parte justamente para que dela compartilhe o que julga ser do seu interesse.

O que falo aqui serve desde o tal "boi da cara preta" até o mundo da moda, da alimentação, da saúde, política, jornais, revistas e televisão.
É começar desde cedo a criar um senso crítico inteligente.

Não é a crítica só pela crítica. Quando se cria esse senso a que me refiro, você ouve, escuta e vê com atenção. Não absorve aquilo e nem refuta. É apenas um espectador. Analisa e sente. Busca outras fontes. Procura se posicionar de lados diferentes. Não toma partido, não se apega a um lado e transforma o outro em inimigo. Este, aliás, é o verdadeiro perigo. Um perigo que te aprisiona em si mesmo. 

Uma visão nova de um ângulo novo. Evita-se estar afoito para ter logo de cara uma opinião formada.
E mais: tem plena consciência de que quando formar uma opinião, ela será somente isto: Uma opinião... e relativa...

Tendo isso em mente, o próximo passo será aprender a respeitar a opinião dos outros, pois sendo um mero espectador, não há porque tomar partido.

Todavia, respeitar a opinião não necessariamente significa que deve andar e estar ao lado dessas pessoas. Conviver com gente de opinião diferente da sua é saudável. Entretanto, o que lhe convida a ser mais eclético e plural pode também, dependendo da situação, lhe sufocar, uma vez que pode, devido a essa "necessidade" da convivência, lhe forçar a tomar partido em nome de uma pseudo harmonia. 

Busque as afinidades mas não se prenda a elas. Evite a discórdia, mas também não se prenda a essa ideia!
Tudo pode ser verdade ou mentira, certo ou errado, bom ou ruim. Sendo assim evite assumir algo que não tem certeza, e que fazendo parte deste mundo sempre será relativo. 

Estas são armadilhas muito comuns, da qual devemos estar prontos a perceber de forma a criar um ambiente aonde o meio termo possa existir. Mas você deve avaliar se esse limite não descamba para a desarmonia e o conflito.
Assuma que ficar em cima do muro, muitas vezes é um ato inteligente.

Um exercício diário de equilíbrio num mundo cheio de contrastes e com uma forte tendência a lhe forçar a tomar partido. 
Parece que tem que provar algo constantemente e para isso deve assumir um lado, e que este seja o que o senso comum entende por ser o """"bem""""............

Existem pessoas, inclusive que concordam até para não haver desgastes, confrontos ou aborrecimentos. Preferem engolir seco e fogem desesperadamente do conflito que deve na minha opinião ser evitado, mas não a todo o custo.

Procure através da sua experiência comprovar as ideias que defende sem ser mais uma ovelha no rebanho. Aceite a possibilidade de ser diferente, de ter ideias diferentes, mesmo sabendo que o mundo ojeriza gente assim.

Esse preço que se paga, apesar de alto, compensa, pois traz de volta aquilo que lhe é mais valioso e caro na vida: você mesmo.





sexta-feira, 25 de março de 2011

MUDAR A REALIDADE ATRAVÉS DELA PRÓPRIA.





Ao lavar seus olhos de manhã, o que percebe? Sua vista ainda um pouco turva e distante recebe em sua superfície o frescor da água. O que muda? melhora a sensação? refresca? acorda? limpa? qual é a SUA percepção? Pense.

Olhar, ver, prestar atenção, sentir, ouvir, perceber, reconsiderar e reajustar-se constantemente são as bases para que mude o que quiser dentro da realidade que vive, do lugar que mora, da família a que pertence, do trabalho que tem e das possibilidades que consegue ver no momento.

Acredite que tem, por menos que pareça, o suficiente para o seu momento. Mesmo na escassez aquilo é suficiente. Mas suficiente pra que? para que simplesmente avance, siga.
Não nos demos conta, não percebemos que tudo é possível quanto mais parece que nada é possível. 

A vida é repleta de paradoxos. E eles nos são muito úteis. Alegria e tristeza. Amor e medo. Compaixão e indiferença. Êxtase e tédio. São lados da mesma moeda. Quando a joga, para qualquer lado que cair, sempre terá a contraparte por baixo.

Este fato nos prova que todo o problema tem em seu reverso a solução. Toda a tristeza é suportada pela alegria e vice versa. 
Nos afastamos desta ideia que traz todas as soluções em seu bojo, pelo simples fato de acharmos - devido ao pensamento viciado e a falta de percepção do mesmo - que como são opostos, contrários, devemos sair dali rapidamente e procurar a solução bem distante.

Mas o problema parece nos "perseguir", como um algoz sedento por "devorar" a presa. Outras vezes ele muda a face, se apresenta como algo novo, no entanto trata-se apenas da mesma coisa travestida. Mas uma vez insisto: mude sua percepção.
Ele parece persegui-lo porque em resumo, há algo em sua natureza que desejar lavar os seus olhos pela manhã.

Não fuja da tristeza, nela está, do outro lado, a alegria. Não fuja dos problemas, neles estão todas as soluções.
Como disse, o problema só poderia existir se a solução estiver ali firme e forte dando suporte a ele.
Assim como a solução, que jamais existiria sem a presença do problema.

Todavia, nunca se agarre a solução e nem ao problema. Tenha a visão de ambos, saiba da existência, bem como o quanto está identificado com cada um deles. Não balance demais o pêndulo da dualidade. Se fica apegado demais ao lado bom, reforça em algum nível o ruim. Se apega-se ao ruim, em sofrimento ou mesmo na intenção, reforça demais o bom, gerando um "efeito rebote", devido ao desequilíbrio causado pela atenção unica e exagerada a um lado só, e assim cresce a maldade, o desamor e a discórdia.

Os dois lados são dinâmicos. Crescem, diversificam, interagem e vivem como os pratos de uma balança. Lembra-se da história do "caminho do meio"??? 
Pois é, é necessário a atenção nos dois, sem se focar demais em qualquer um deles.
A consciência plena e a consideração em ambos, te liberta!

Você consegue imaginar uma moeda de um lado só? Duvido. 
A compreensão desta máxima que aqui posto pode simplesmente libertar-lhe e dar um passaporte ao infinito.
Postei diversas vezes sobre a questão da dualidade. Ela é o que nos rege, ainda que provisoriamente ou de forma ilusória. Tudo tem dois lados. Ufa! ainda bem, né?!

Da mesmice nasce a inovação. Todavia não posso ficar preso a mesmice se a desejo. Se permanecer olhando a cara, como vou ver a coroa? Preciso virar a moeda. A fascinação e a identificação na cara impedem-me de olhar a coroa.
O pensamento pode ser reflexo da memória "interna" ou "externa" fruto da captação "Wi-Fi", pois nosso cérebro é antes de tudo uma antena.

A memória interna está impregnada nas células. A externa, no éter, dentro dos registros akashicos da natureza. Esses registros são a memória impressa nas células de e do tudo que há. Para acessar, precisamos nos abrir a ideia de que somos todos um. Nos integrar a todos os seres, aprecia-los e sintonizar seus "registros".
Isso se dá através do relacionamento interessado, desprendido e amoroso.

Tudo está ligado.

Uma parte de nós, racionaliza sobre as questões e problemas que nos aflige, funciona baseado nas experiências que tivemos, no que lemos, no que deixamos entrar através dos sentidos e assim por diante.
Ele age basicamente por comparação e pelo medo da invasão. Tememos uma invasão imaginária que nunca poderá ocorrer uma vez que somos um com tudo e se somos esse tudo, ele jamais conseguiria invadir, uma vez que não vem de fora como imaginamos. 

Essa sensação de que podemos ser invadidos a qualquer momento, nos afasta da solução, assim como quando jogamos a moeda fora por estarmos apenas olhando um dos seus lados.
Sendo assim, aceite a moeda e olhe os dois lados!

O convite está sendo feito todos os dias. O universo te chama,  clama por sua atenção. Ele está "carente" da sua participação.
O universo repete-lhe de maneira explícita para que ajuste a sua forma de pensar ao que deseja, fruto do que percebeu.

O que é passado de geração a geração é tudo e ao mesmo tempo só um trecho. Se consolida somente diante da aceitação desatenta. Existe algum propósito desconhecido, não posso fazer nenhum juízo de valor, cada um pense o que quiser, não fará diferença no trabalho propriamente dito. 

Pensar baseado em memórias não trará a inovação que deseja. Por outro lado... nelas está um imenso conteúdo inovador.
Todas as grandes teorias e invenções se desenvolveram somente após o esgotamento total do pensamento linear cartesiano. Este talvez possa ser, para alguns, um artifício eficiente para sair do ostracismo, de uma vida com pouco ou nenhuma inovação.

Me encho de olhar a cara da moeda e acabo num rompante nervoso virando-a.
Eu penso, penso, penso, na busca de uma solução ou resposta. Como essa forma é limitada por natureza, pois só fico olhando um lado, força o intelecto ao extremo e quando chega um determinado ponto de esgotamento, o intelecto, a mente congela, paralisa e sem querer, dá espaço a uma nova forma de olhar e finalmente olha o outro lado.

Essa ausência de pensamento, mesmo que artificial, possibilita uma experiência nova, e com ela, depara-se com a inovação. E não é preciso ir longe. Os olhos abstraídos do véu colocado por esse sistema de pensamento automático começam a ver coisas que a todo tempo estavam bem ali, ao seu lado. E mais: Surpreendem-te como se fosse a descoberta do século.

Qualquer que seja o seu problema, a sua dúvida, lembre-se de que já existe a solução na própria.
Não faça mais perguntas. Olhe as que tem dos dois lados. Veja o seu oposto, a sua contraparte.
Só vai entender o que eu digo se for lá e viver, experimentar.

Um exemplo simples: Quando alguém tem um problema, este pergunta: Desejo saber a resposta desse ou daquele problema? Todo mundo faz assim. Ora, mas se mudássemos, e só fizéssemos perguntas, tipo: Eu sou a resposta do problema? Esse problema tem haver comigo? E se eu compreendesse suas razões, resolveria? Como faço para virar a moeda? Será mesmo que faço ou trata-se apenas do que não faço? Neste lugar que vivo, tem algo pra mim? E se ficar quieto? Quais são as minhas possibilidades? Se não der pra fazer isso, quais são as minhas alternativas?

Essas são as moedas. Agora, vire-as.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A GRANDE REBELIÃO.




Rebelião, palavra que instiga. Notícias por todo o lado. Temos medo e admiração. Sabemos bem lá no fundo que somente uma rebelião interna e profunda nos trará a autêntica liberdade. 

De tempos em tempos aparecem em forma de terremotos, tsunamis, guerras, explosões vulcânicas, como que um chamado, um grito da mãe natureza para que nos lembremos de quem somos.

O que queremos de fato? Queremos justiça? Mas que justiça? Aquela que atende aos meus caprichos? Se eu me permito ser maltratado, e ainda sinto um prazer quase que mórbido, que justiça posso reivindicar? Existe um forte simbolismo na concretude do que falo.

Tratamento igualitário? Somos todos iguais, mas será que estamos agindo como se fôssemos? Se não abre seus olhos para vida, o que dela pode reivindicar? Só posso ter a vida que vejo. Não há forma de ter uma vida da qual não faço uma clara e límpida imagem revestida de todas as sensações pertinentes.

Tem pessoas que esperam a redenção dos "pecados" do mundo de forma mágica. Mas vivem do tumulto. (sim, existem ativistas pagos). E mais: SE ESCONDEM NELES! Notícias apocalípticas para abastecer nosso arcabouço de medo. Sim, adoramos, mesmo que seja para nos horrorizar. E quanto a rebelião de cada um? O cara chega em um belo dia, chuta o balde, grita e continua seguindo uma vida sem rumo e de repetições infinitas???

Os gritos só aliviam a tensão. O fator gerador continua lá.
Enquanto isso mais e mais perguntas chegam... 
A vida precisa mesmo ter um rumo? E se precisa, quem estabelece? O governo? O vizinho? Os outros? Pode instituições, pessoas, mandarem no seu corpo?

A vida precisa ser vivida, esse é o rumo! Tendo um misto de certas rotinas e inovação. Mas enquanto não acontece, qual é a Grande Rebelião? Melhor, qual a verdadeira Rebelião? Uma rebelião externa serve de quê, além de pirotecnia ou factóide?

A Grande Rebelião, a que vem de dentro, compensa e muda tudo de fato, sem maquiagens.
Rebelião a que me refiro segue por princípio deixar de lado tudo que está estabelecido. Vivemos em sociedade, claro, mas podemos e devemos encontrar uma forma de largar pelo menos a maioria dos princípios que aí estão e tentar um voo mais alto.

Poderia ficar aqui tecendo N críticas aos padrões estabelecidos, na tentativa de desmerece-los. Não vamos chegar a lugar algum assim. Prefiro incentivar e sugerir uma direção diferente e deixar que decida por si só aquilo que sei
com absoluta certeza, ser altamente compensador.

Você não precisa se isolar no cume de uma montanha ou ficar com uma barba enorme e um cabelo azul para dizer ao mundo que não aceita seus ditames.
Entretanto, a Grande Rebelião deixará você um pouco a margem da sociedade, precisa decidir se sentirá confortável assim.

A Grande Rebelião que cito é silenciosa, calma e deixa fluir. Você pode manter a maioria dos seus afazeres e pouco a pouco e em silêncio, ir construindo uma abertura para um mundo totalmente diferente deste e ainda sim interagir com tudo que aí está.

Sim parece mágica, eu sei. E digo: É! Olhe para você agora e pense. Eu já fui metade espermatozóide e metade um ovo. Olha o que sou agora! Não é mágica? Claro que sim!
Aceite de uma vez por todas e sem a menor sombra de dúvida que viestes aqui para se desenvolver dentro de um ambiente de alegria, de paz e de harmonia. Existirão desafios? Talvez.

O grande desafio oriundo desta rebelião que proponho advém do desejo natural e legítimo em reconhecer que és muito mais do que parece. Sem essa de jargões de auto-ajuda. Não estou pregando nada. Trata-se de uma sugestão de experimentar. Coloque sua atenção nisso. Pergunte-se: quem sou? qual o meu propósito aqui? a quem e de que forma eu posso contribuir? Insista sem forçar nestas questões.

Este universo é infinito e sua viagem poderá ser também. Nada de obrigações, apenas PRAZER.
Quando elimina a meta, e este ponto é fundamental na grande rebelião, você se libera e se acalma. Com isso a visão da alma desabrocha e o brilho nos olhos resplandece um mundo interior de infinito contentamento.

Você vai desejar, vai obter, vai conviver com os paradoxos, relembrar a conciliar o luxo e a simplicidade. Vai atingir a síntese. É perfeitamente possível de se fazer.
A Grande Rebelião nunca será uma luta. O melhor exemplo que temos é Gandhi. O líder Indu fez a perfeita síntese ao resolver um imenso desequilíbrio de interesses. 

Celebrar "sem motivos" é a chave.
Ter a integridade de celebrar com um copo d'água apenas, te lança a um novo patamar. 
Veja, não estou dizendo que não deva ter uma boa bebida. Apreciar tudo que há também é a chave. Desde a água da bica até a melhor bebida de acordo com seu gosto, sem imposições da mídia ou de tradições duvidosas.

Uma amiga minha prendeu o dedo na porta do carro de manhã, doeu bastante. A tarde estava sentada alegre celebrando a vida com grande fulgor. Assim começa a Grande rebelião. Conseguir viajar por todas as emoções sem se prender, sem ter medo do que vão pensar se te pegarem nesse ou naquele estado.
Uma boa gargalhada e um grito destemperado podem sintetizar um bom exemplo.

Não acredite em mim. Observe. Olhe as crianças. Veja como fazem em seu estado natural. Veja como conseguem num mesmo instante chegar na tristeza e voltar na alegria e vice versa, sem se preocupar e sem pensar sobre isso.
Se tem medo, elas demonstram claramente, choram, gritam e se expressam. Até que um dia vem os adultos sonâmbulos e os reprimem. Batem, batem, batem até borrar sua transparência.

Inspire e viva. Deixe a vida entrar. Expire e morra, permitindo o que não lhe serve mais de sair. Inspire novamente e renasça!  Mas ao invés de dar o primeiro choro, dê o melhor sorriso que puder. Aceite o que é. Num movimento perpétuo. Não há preocupação em chegar. Não há começo-meio-fim. Não há metas. Apenas a delícia de se viver bem e do deixar fluir.

quarta-feira, 16 de março de 2011

TOME UMA XÍCARA DE CHÁ.




Uma historieta Zen:




Joshu, um mestre Zen, perguntou a um novo monge do mosteiro: “Já o vi antes?”

O novo monge respondeu: “Não, senhor.”
Joshu disse: “Tome uma xícara de chá.”
Joshu, então, voltou-se para um outro monge: “Já o vi por aqui antes?”
O segundo monge respondeu: “Sim, senhor, é claro que sim.”
Joshu disse: “Então tome uma xícara de chá.”
Mais tarde, o monge administrador do mosteiro perguntou a Joshu:
“Como é que o senhor faz o mesmo oferecimento de chá para qualquer resposta?”
Diante disso, Joshu gritou: “Administrador, o senhor ainda está aqui?”
O administrador respondeu: “É claro, mestre.”
Joshu disse: “Então, tome uma xícara de chá.”

A história é simples, mas difícil de ser entendida. É sempre assim. Quanto mais simples
a coisa, mais difícil de ser entendida. Para se entender, algo complexo é necessário.
Para entender, você tem de dividir e analisar. Uma coisa simples não pode ser
dividida e analisada – não há nada para se dividir e analisar – a coisa é tão simples.
O mais simples sempre escapa à compreensão.

É por isso que Deus não pode ser compreendido. Deus é a coisa mais simples,
absolutamente a coisa mais simples possível. O mundo pode ser compreendido;
ele é muito complexo. Quanto mais complexa é a coisa, mais a mente pode trabalhar
nela. Quando a coisa é simples não há nada para queimar as pestanas, a mente não
pode funcionar.

Os lógicos dizem que qualidades simples são indefiníveis. Por exemplo: alguém lhe
pergunta o que é amarelo. É uma qualidade tão simples, a cor amarela, como você a
definirá? Você dirá: “Amarelo é amarelo.” O homem dirá: “Isso eu sei, mas qual a definição
de amarelo?” Se você diz que amarelo é amarelo, você não está definindo, você
está simplesmente repetindo a mesma coisa novamente. É uma tautologia.


G. E. Moore, uma das mentes mais penetrantes deste século, escreveu um livro
entitulado Principia Ethica. O livro inteiro resume-se a um esforço muito persistente para
definir o que é o bem. Fazendo esforços em todas as direções, em duzentas ou
trezentas páginas – e duzentas, trezentas páginas de G. E. Moore valem três mil páginas
de qualquer outro –, ele chegou à conclusão de que o bem é indefinível. O bem não pode
ser definido – é uma qualidade tão simples.

Quando algo é complexo, há muitas coisas ali; você pode definir uma coisa em função de
uma outra que esteja presente ali. Se eu e você estivermos numa sala e você me
perguntar “Quem é você?”, eu poderei, pelo menos, dizer que eu não sou você. Esta será
minha definição, a indicação. Mas se eu estiver sozinho numa sala e eu me fizer a pergunta
“Quem sou eu?”, a pergunta ressoará, mas não haverá resposta. Como definir?

É por isso que se perde Deus. O intelecto nega-o, a razão diz não. Deus é o denominador
mais simples da existência – o mais simples e o mais básico. Quando a mente para, não há
nada diferente de Deus – assim, como definir Deus? Ele está sozinho na sala. É por isso que
as religiões tentam dividir, pois assim torna-se possível uma definição. Eles dizem: “Este
mundo não é isso; Deus não é o mundo, Deus não é matéria, Deus não é corpo, Deus
não é desejo.” Essas são formas de definir.

Você tem de colocar alguma coisa em oposição a alguma coisa, então uma fronteira pode
ser desenhada. Como estabelecer uma fronteira se não há um vizinho? Onde colocar a
cerca de sua casa se não existe vizinhança? Se não há ninguém além de você, como você
pode cercar sua casa? A fronteira de sua casa baseia-se na presença de seu vizinho.
Deus é sozinho, ele não tem vizinhos. Onde ele começa? Onde ele acaba? Em lugar nenhum.

Como você pode definir Deus? Exatamente para definir Deus, o Diabo foi criado. Deus não
é o Diabo – pelo menos esse tanto pode ser dito. Você pode não ser capaz de dizer o
que é Deus, mas você pode dizer o que ele não é: Deus não é o mundo.

Eu estava lendo um livro de um teólogo cristão. Ele diz que Deus é tudo exceto o mal.
Isso, também, é suficiente para definir. Ele diz: “Tudo, exceto o mal” – esse tanto
estabelecerá uma fronteira. Ele não está consciente de que se Deus é “tudo”, então, de
onde vem esse mal? Ele deve estar vindo de “tudo”.

Caso contrário, há alguma outra fonte de existência além de Deus, e essa outra fonte
de existência torna-se equivalente a Deus. Então, o mal nunca poderá ser destruído; tem a
sua própria fonte de existência. Então, o mal não é dependente de Deus; assim, como Deus
pode destruí-lo? Deus não o destruirá. Uma vez que o mal seja destruído, Deus não poderá
ser definido.

Para defini-lo, ele precisa que o Diabo esteja sempre lá, ao lado dele. Os santos precisam
dos pecadores, de outra forma eles não existiriam. Como você saberia quem é um santo?
Todo santo precisa de pecadores à sua volta; esses pecadores fazem a fronteira.

A primeira coisa a ser entendida é que coisas complexas podem ser entendidas, coisas
simples não podem. Uma coisa simples fica só.

Essa historieta Zen sobre Joshu é muito simples. É tão simples que escapa a você: você
tenta pegá-la, você tenta capturá-la, ela escapa. Ela é tão simples, que sua mente não
pode trabalhar sobre ela. Tente sentir a história. Eu não direi tente entender, porque você
não poderá entendê-la. Tente sentir a história. Muitas coisas estão ocultas dentro dela, se
você tentar senti-las. Se você tentar entendê-la, não haverá nada nela – toda a
historieta é absurda.


Osho.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O QUE FAZER QUANDO A CRÍTICA FOR INJUSTA OU DESONESTA.






Eu estava no supermercado onde regularmente faço as minhas compras. Enquanto esperava na fila, notei que a jovem do caixa (vamos chamá-la de Carol) não estava no seu humor normal – alegre e disposta. Quando chegou a minha vez, cumprimentei-a com um "tudo bem?" para o qual ela respondeu: "Ah, eu estou bem – se os clientes rudes não me puxarem para baixo!"

Como tinham outras pessoas esperando atrás de mim na fila, não tínhamos tempo para um papo longo. Então tomei a saída mais fácil e dei-lhe um conselho (!).
Se o conselho foi ou não de algum valor, nunca saberei. Ela tinha ficado um pouco mais animada ao final da nossa breve interação quando pegou os produtos para colocá-los dentro da caixa. Meu palpite é que a conduta mais animada dela resultou mais por ser ouvida e recebido atenção positiva do que pelos meus comentários profundos!

É tão injusto

Carol não estava frágil ou vulnerável por ter reagido à crítica daquela maneira – todos nós nos abatemos de tempos em tempos, e é improvável nunca termos sido ofendidos, embora momentaneamente, por críticas injustas e sem motivo.
Mas quando você se abate, você não está mais "dirigindo o seu próprio ônibus". O seu crítico está fazendo a condução – a condução do seu humor. Se você reagir com dor, raiva ou ficar ofendido pelo comportamento ou pelos comentários do Jack ou do Bill, então o seu humor estará sendo influenciado por eles – muitas vezes depois de eles terem ido embora e até se esquecido de você.

Algumas pessoas até voltam a insistir com esses pensamentos a altas horas da noite! Jack e o Bill estão dormindo profundamente. Entretanto, nós estamos deitados, imaginando todas as coisas que podíamos ter dito, ou a maneira como deveríamos ter reagido para, em seguida, nos preocuparmos emocionalmente e produzir enorme quantidade de adrenalina, o que vai nos assegurar, mais adiante, perder algumas horas de sono. Enquanto isso, eles já se esqueceram de nós e estão dormindo profundamente...!
Essa não é uma maneira muito competente para conduzir o próprio cérebro.

Então por que isso ocorre?

Por que a crítica aperta nos faz reagir? Essa é uma pergunta interessante mas, particularmente, não muito útil. Precisar saber "por quê" eu tenho freqüentemente um comportamento disfuncional nos desvia de uma outra questão muito mais importante: "o que eu posso fazer a respeito disso - agora???"

Sim, mas... por quê??

Certo, se você precisa investigar a questão do "porquê"... A maioria de nós persiste com uma crença infantil sobre justiça universal. Faz parte da mitologia sobre como a vida é, muitas vezes, impingida às crianças por adultos bem-intencionados. E nós persistimos com essa crença porque nunca paramos para questioná-la e, também, porque esse mito foi perpetuado por muitos filmes.
Nós acreditamos que se nos comportamos de uma maneira justa, tendo boas intenções, fazendo o nosso melhor, etc., os outros vão nos tratar do mesmo modo... E ficamos surpreendidos, desapontados, ofendidos e até mesmo furiosos quando os outros não jogam o mesmo jogo. Quando, pelos nossos padrões, eles nos tratam injustamente. Como eu disse, é uma crença irracional.

Dicas para lidar com a crítica injusta.

A maneira de receber de volta o volante do nosso próprio ônibus é mudar como nós percebemos e pensamos sobre essas críticas ou comentários "injustos". Para começar, aqui estão alguns indicadores:

1. Será que você não é o alvo mais à mão?

Muitas vezes, a crítica não é pessoal – ela só parece ser deste jeito. Então seja bastante lúcido sobre a realidade da situação e, especialmente, inteligente sobre "de quem é esse problema?" Ele realmente o está atacando pessoalmente ou simplesmente aconteceu você estar disponível e dar a impressão de que não vai revidar?
Esse é o caso, especialmente se você lida com o público em geral no serviço público, em lojas, restaurantes, cafés, bar, etc. Você é visto como "pato" porque eles sabem que é improvável que você possa retaliar na mesma moeda, sem colocar em risco o seu emprego. Criticar pessoas que não podem retaliar é desprezível.

2. Será que elas simplesmente não são pessoas infelizes?

Outra questão relacionada com o "de quem é esse problema?" é que elas estão destilando sua raiva em você porque estão frustradas com alguma coisa. Em outras palavras, será que elas simplesmente não são pessoas infelizes? É provável que sim!
Dê uma outra olhada nelas – parecem felizes? Uma pessoa realmente feliz iria agir desta maneira? Se você está realmente feliz, ou profundamente apaixonado por alguém ou recém ouviu boas notícias, seria capaz de se comportar como elas acabaram de fazer? Provavelmente não.
Então, como elas estão realmente infelizes, insatisfeitas, sozinhas ou frustradas, talvez o mais apropriado seja sentir pena delas! "Não é uma pena que elas estejam tão infelizes – eu é que fico contente por não me sentir deste jeito!"

3. Você ou seu comportamento?

Diferencie entre crítica sobre seu comportamento e crítica sobre sua personalidade. Se eu trabalho no caixa de um supermercado e, na sua opinião, eu estou trabalhando muito devagar ou estou levando muito tempo conversando com um cliente que está na sua frente, então talvez, só talvez, você possa fazer comentários sobre o meu comportamento. Mesmo se for algo desprezível e sórdido de ser feito – sabendo que eu não posso revidar.
Entretanto isso é muito diferente de comentar sobre a minha personalidade ou meu auto-conceito.
Dizer que eu sou uma pessoa estúpida, vagarosa ou desatenciosa é muito diferente do que dizer que eu me comporto de uma maneira estúpida ou desatenciosa! Meu comportamento ou meu auto-conceito são dois níveis diferentes no modelo dos Níveis Neurológicos da PNL.

4. De quem é a opinião que significa algo para você?

Quando somos criticados, normalmente é no nível do nosso auto-conceito (veja o item anterior). Então, por que nós nem paramos para pensar um pouco antes de reagir? Então, por que é que quando uma pessoa diz que você é estúpido, nocivo ou desagradável, você aceita isso no fundo do seu coração? Como essa pessoa sabe como você é de fato? Por que nós nem mesmo consideramos tais opiniões como deturpadas e mesquinhas?
Muitas vezes é porque nós não temos uma opinião elevada de nós mesmos.
Pense um pouco sobre isso. Se você realmente tem uma boa opinião sobre você, e eu o critico, o que você faz? É provável que você se pergunte que tipo de visão distorcida eu desenvolvi e o que está errado comigo que me leva a me comportar dessa maneira. Como a sua opinião sobre você é sólida, você estará mais propenso a querer saber sobre "mim" e minhas percepções do que sobre você mesmo – que é onde devia estar o foco nesta situação.
Vamos dizer que, logo depois que essa pessoa o criticou ou o insultou, alguém cuja opinião você respeita, tenha lhe dito calmamente que o crítico era realmente uma pessoa insana que estava no seu "dia de folga" do hospício.
Como você se sentiria sobre o que ele tinha dito para você ou sobre você? É provável que você pensasse que "Se ele é insano, não tem importância o que ele disse de mim". Porém na realidade, normalmente nós damos importância a como as pessoas nos tratam. Por que isso? Porque nós decidimos que isso realmente é importante. Porque nós consideramos que a opinião delas sobre nós está num grau mais elevado do que a nossa própria opinião sobre nós mesmos.

5. Será que elas estão tentando parecer melhor do que as outras, ao tentar diminuí-las?

Muitas pessoas que criticam ou tentam solapar as outras, fazem isso para se sentirem superiores às suas vítimas. Elas têm uma auto-estima tão baixa que precisam reafirmar constantemente a sua confiança de que são melhores do que você.
Nós observamos, muitas vezes, este comportamento naquelas pessoas que passam muito tempo conosco, como a família, amigos ou colegas. Tudo que você faz ou diz está errado, tem defeito ou não está tão bom quanto a versão delas. Essas pessoas são particularmente infelizes e merecem toda nossa simpatia, e bastante tempo sozinhas para pensar...

6. Não recompense essas pessoas!

Se alguém o critica e você não engole a isca, a ação dele não é recompensada. Ele precisa da sua reação para obter a sensação de poder ou satisfação! Ao não retaliar ou reagir, você nega essa satisfação a ele. Comportamentos não recompensados logo desvanecem. Ou a pessoa infeliz procura uma vítima mais cooperativa.

7. Não coopere emocionalmente!

Decida que você não vai deixá-las vencerem – ao se recusar a continuar pensando ou falando sobre a ação delas. E toda vez que você se descobrir começando a pensar no que elas fizeram ou disseram, lembre-se "Eu não preciso fazer isso comigo".
Você não tem que levar isso em conta. Sim, é provável que você tenha uma reação inicial de raiva ou mágoa. Mas não precisa continuar alimentando essa emoção. E caso continue ou não a se estender sobre isso e, se isso vai perturbar ou não o resto do seu dia ou da semana, é uma escolha totalmente sua.
Agora, do mesmo modo que não podemos impedir que os pensamentos negativos pipoquem na nossa cabeça, é improvável que possamos parar de ter respostas inadequadas a tais comentários. O ponto principal é se permitimos que essas reações continuem, se nós nos divertimos ou se nós alimentamos esses comentários ao nos estendermos sobre eles. Então a pergunta é, depois da reação inicial, você deixa o comentário continuar a lhe afetar?

8. O conceito de justiça não é absoluto.

Lembre-se dessa realidade. E do fato de que pessoas têm diferentes opiniões sobre o que é certo ou errado, o que é apropriado ou não. A versão delas do que é justo pode diferir consideravelmente da sua. O fato de você achar justo alguma coisa e essa opinião ser compartilhada por quase todo mundo que você conhece, não significa que ela esteja correta – apenas que ela é aceita pela maioria.
Porque algo que para você é evidente por si mesmo não significa que alguém não irá ter uma opinião diametralmente oposta. Nem significa necessariamente que você está certo.
Se a opinião delas do que é justo é tão diferente – tão excêntrica em relação a sua – será que você realmente precisa se relacionar com eles? E lembre que a sensação de raiva ou ressentimento em relação a alguém o conecta com ele – porque você ainda está pensando nele. Se alguém é tão diferente em suas opiniões, talvez a indiferença não seja o que melhor funciona para você?

9. Evite retaliação!

"O quê??? Você quer dizer deixá-los ir embora assim, sem fazer nada??? Espere! Isto é um passo para mais adiante. Por que eles podem se safar assim?" você não pode impedi-los de "ir embora, apesar disso" a menos que eles tenham desobedecido a lei. Nem você nem eu temos o direito nem a autoridade, e nem mesmo a capacidade de mudar o comportamento de um outro ser humano adulto.
Se alguém escolhe ser ofensivo gratuitamente, não podemos impedi-lo. O que nós podemos fazer é escolher passar pouco ou nenhum tempo na presença dele.
Para muitos, essa é uma pílula muito amarga para ser engolida porque elas passaram grande parte da sua vida tentando evitar isso! Nós acreditamos em certo, verdade, justiça e imparcialidade. Nós acreditamos que o mocinho sempre vence. Claro que isso não acontece, e assim nós buscamos consolação nos identificando com o herói em busca de vingança.

10. Alguma verdade nisso?

Por fim, e quando você já tiver se acalmado, você pode querer considerar se os comentários sobre o seu comportamento podem, de algum modo, ser justificados – mesmo que eles não tenham o direito de fazer o comentário.
Isso é baseado no conceito de Ressignificação da PNL de que sempre existe algo para ser aprendido numa situação – por mais negativa ou desagradável que ela possa ser.
Existe um ditado estranho e singular, muitas vezes usados pelos juízes nas cortes britânicas com o sentido de que "qualquer homem razoável pode concluir" uma coisa ou outra ou chegar a uma conclusão particular. (É sim, eles dizem "homem razoável" e não "pessoa razoável".) Tente aplicar esse teste, um pouco questionável, para a situação na qual você está sendo criticado. É possível que uma pessoa razoável possa encontrar "algo" para criticar no seu comportamento? Ou é simplesmente a estranha percepção de uma pessoa infeliz.

E por fim…

...o que eu disse para a Carol: "As pessoas que são rudes gratuitamente, usualmente são muito infelizes – por terem tido um péssimo dia ou mesmo uma vida muito triste. Mas se nós embarcamos nos comentários delas, permitindo que eles nos contaminem, nós as estaremos ajudando a espalhar a infelicidade. E aí, elas terão vencido!"



FELICIDADE, ALEGRIA E ALEGRIA INTERIOR.




Alguém já disse que o estado é a chave para a excelência. Neste caso, é preciso saber como se conseguem estados poderosos, como o da felicidade e o da alegria. 

A pressuposição de que já possuímos interiormente todos os recursos de que necessitamos é maravilhosa, mas de que maneira conseguimos acessá-los com mais freqüência do que simplesmente por sorte ou coincidência? 

Esta caminhada começou quando alguém afirmou que podemos curar simplesmente abençoando alguém com a "Alegria Interior." Tenho certeza de que, muitas vezes, você ouviu coisas interessantes, mas não obteve explicação sobre como entrar em tal estado, em nosso caso o estado de "Alegria Interior."

Sei que você concorda comigo de que deveria haver mais alegria neste mundo. Por isso, durante os dois últimos anos, venho estudando a forma de entrar em estados poderosos e de ampliá-los, etc. Eu gosto de padrões simples, mas poderosos, que vão direto à essência, na linha mais direta possível. 

Assim, desenvolvi um padrão de "Alegria Interior" que é simplesmente um exemplo de como se pode ampliar os estados. Pense nos estados emocionais como sendo campos de energia, um padrão de energia, se quiser. Eu usei a idéia de PNL baseada em campos para desenvolver este padrão.

Na Teoria do Caos existe um conceito chamado ferradura de Smale. Ele visualizou as complexas transformações dos sistemas dinâmicos. Suas bases são simples: um campo emocional é esticado em uma direção, apertado em outra, e depois dobrado, como uma ferradura. Quando esse processo é repetido, produz uma estrutura que é familiar a todos os que já passaram o rolo sobre muitas camadas de massa. 

Um par de pontas que terminaram juntas começaram muito longe uma da outra. Se pensarmos nas emoções, sentimentos, e estados, como campos de energia, então o conceito da ferradura de Smale também deve ser possível em relação aos estados – e é, sem dúvida.
O padrão é muito simples e produz estados poderosos. Ele envolve muitos dos conceitos clássicos de PNL, como meta-estados, âncoras espaciais, âncoras de toque, níveis lógicos, sintaxe somática, ponte ao futuro e ao passado, submodalidades, bem como a idéia nova de PNL baseada em campos. 

Para alcançar a "Alegria Interior", começamos com uma experiência de felicidade.
A felicidade é experimentada de muitas maneiras, em circunstâncias as mais diversas. Às vezes, ela resulta de uma atividade (comportamento). Por exemplo, alguém expressa sua satisfação por algo que você fez, e você sente felicidade. Pode, também, ser mais passiva, como por exemplo na jardinagem: tanto por cultivar ativamente as rosas como por apreciar seus belos botões durante todo o verão.

A Alegria é uma experiência de nível mais alto. Você pode sentir alegria devido à sua capacidade de experimentar felicidade. A alegria também tem características cinestésicas diferentes. Geralmente, é um bem-estar ativo sentido no peito. Às vezes, até tem uma cor. Vamos usar as submodalidades cinestésicas e visuais no padrão de "Alegria Interior".

A Alegria Interior acontece quando você se torna a alegria. Você entra ativamente no sentimento de alegria (contém o estado). Este é um alto nível de consciência, em que seus centros de energia (chacras) se alinham e se expandem dramaticamente, e você experimenta uma sensação profunda de Alegria Interior. Essa Alegria Interior pode ser transferida a outros, como ao abençoar com Alegria Interior. Seu campo de energia pessoal carrega-se de "Alegria Interior" e a irradia para o ambiente ao seu redor. Na cura, ou em qualquer interação com outros, você será muito mais eficaz se o fizer a partir de um estado de "Alegria Interior."

Os passos são os seguintes:


FelicidadeAlegria Interior
Alegria

Faça três marcadores de papel. Escreva neles os nomes "Felicidade", "Alegria", e "Alegria Interior." Coloque-os no chão, em forma de triângulo, à distância de um passo um do outro.

Pense em uma situação em que você sentiu felicidade. Preferivelmente numa ocasião em que você esteve fisicamente ativo. Quando começar a experimentar essa lembrança, dê um passo sobre o cartaz da "Felicidade" e libere a experiência. Ouça os sons... veja as imagens e as pessoas... sinta a felicidade.

Quando estiver pronto, dê entre no cartaz da "Alegria" e comece a experimentar alegria por ser capaz de sentir felicidade. É como se você desse um passo para um nível lógico (um meta-estado). Descreva como você sente a "Alegria". O que você sente em seu corpo? Onde você sente a "Alegria"? (É importante obter uma descrição rica de como a "Alegria" é experimentada.)

Quando estiver pronto, entre no cartaz da "Alegria Interior" e transforme-se nesse sentimento de "Alegria Interior". Permita que sua "Alegria Interior" torne-se cada vez mais forte até encher seu corpo inteiro. Para usufruir este estado, deixe que o centro de sua "Alegria Interior" se estabeleça em seu coração. Toque levemente seu coração quando você sentir a "Alegria Interior" muito, muito forte. Seu estado de "Alegria Interior" agora está ancorado em seu coração, e em qualquer momento em que você tocar o seu coração, o estado de "Alegria Interior" retornará. 

Agora você pode começar a viver neste mundo a partir de um estado de "Alegria Interior."
Tome esse sentimento de "Alegria Interior" e envie-o para trás no tempo, até o momento em que você nasceu, e deixe seu subconsciente saturar sua vida inteira com este intenso sentimento de "Alegria Interior". Seu subconsciente vai mostrar-lhe o momento em que esse sentimento tiver retornado ao presente. Agora, envie-o para o seu futuro: assim, você vai viver, de agora em diante, com "Alegria Interior".

Eu tenho praticado o padrão de "Alegria Interior" com muitos indivíduos e sempre obtive grande efeito. Poucas pessoas não conseguem distinguir entre felicidade e alegria. Em algumas línguas, como no Chinês e no Alemão, parece não haver distinção clara entre os dois estados, ou seria um erro de tradução. Num determinado caso, a pessoa entrou diretamente na "Alegria Interior" porque usou uma lembrança de pegar um bebê de apenas uma semana. A experiência da "Alegria Interior" surgiu instantaneamente.

Mudanças dramáticas têm acontecido com algumas pessoas, ao atingirem o estado de "Alegria Interior". Geralmente, há grandes sorrisos ou até mesmo gargalhadas. Todos nós temos "Alegria Interior", e este pequeno padrão é uma maneira de conectá-la facilmente.
Um homem descreveu a Alegria Interior da seguinte maneira:



"Alegria Interior – é simultaneamente o sentimento de conexão, expansão e estabilidade. Senti como se estivesse serenamente em pé sobre uma rocha que irradiava raios de ouro em todas as direções, enquanto sentia a Alegria Interior espalhar-se através de mim, enchendo-me e expandindo-se infinitamente."

Uma mulher descreveu assim a sua experiência de Alegria Interior:

"Este exercício proporcionou-me a experiência de que a Alegria Interior não é algo borbulhante, espumante, volátil, sem substância – mas sim algo incrivelmente sólido, profundo, estável, firme, inabalável, que detém o mais alto poder de qualquer coisa existente no cosmos. Eu experimentei como a Alegria Interior é a perfeita força contrária à insegurança, medo, ansiedade, incerteza."

Outro participante escreveu:


"A experiência da Alegria Interior foi como sentir um cordão de prata perpassando todo o meu ser, conectando-me com o centro da terra e do céu. Ele passava através de meu coração, que sentiu-se muito sólido e quente e transformou-se numa estrela prateada irradiando luz em todas as direções. Ao retornar no tempo, a estrela de meu coração irradiava luz, de modo que eu também retornei junto, através de um caminho iluminado. As cores se tornaram em tons pastéis de um arco-íris ao longo do caminho."

"Alegria Interior" é apenas um exemplo do padrão do estado de "dobradura". Tenho usado a mesma ideia para eliciar estados poderosos de finalidade, autenticidade, impulso e descoberta. Quando esta poderosa ferramenta for combinada para formar um padrão maior, ela pode gerar grande mudança nas pessoas. Atualmente estou explorando a forma de combinar esses estados poderosos com uma Mandala no ponto focal; a Mandala sendo o arquétipo da plenitude.

Na estação da alegria, este é o meu presente para você. Experimente-o agora e partilhe-o com aqueles que você ama, com seus amigos, assim o mundo ficará cheio de "Alegria Interior".