terça-feira, 12 de julho de 2011

O EGO.


Ego, palavra gasta. Ego, muito se fala mal. Mas estamos aqui, coladinhos com ele. E agora? Cerca de 99% de tudo que vê, de como age, do que fala, vem dele. Ou seja, mesmo sem ser, o Ego é você!
Que jogo sujo é este? Afinal qual seria o melhor lugar para ele se esconder? E não é só dentro de você que ele se esconde. Ele se esconde atrás de tudo que você é. Cada pensamento, cada sentimento. Como vou poder diferenciar o que é da minha Essência divina,  do que é do Ego? Será mesmo que o Ego é 100% ruim?
A luz nasce da sombra. O ato de vivenciar a sombra te traz a luz. Quanto mais consciente for esta vivência, mais rápido a luz chegará. E quando ela chega a sombra deixa de existir. Chega a um ponto que a luz preenche todos os vazios e aí, não há mais sombra.
O Ego precisa se esconder. Ao analisar esta frase percebo que nela, encontro a resposta que desejo. Se ele se esconde, significa que não pode ser visto. Se for, de ante mão, algo pode acontecer. Ou seja, o próprio Ego já me diz o que tenho que fazer para que ele saia. Por isso, ele se esconde desse jeito, e a maioria das pessoas nem percebe que ele existe. Um outro tanto até percebe, mas não sabe o que fazer. No máximo tenta reprimir. Só que quando reprime ele se fortalece, se desdobra e encontra mil e um artifícios para se expressar, independente dos prejuízos que possa lhe causar. Pois como ele mesmo diz, é sempre muito bom ter razão. As vezes penso que para o Ego, ter razão é mais importante que a própria vida...
E para ter sempre razão, ele precisa desenvolver a sua inteligência para criar argumentos, motivos, situações que justifiquem o injustificado. O consumo de energia é intenso. Dá muito trabalho ter razão e mais trabalho ainda fingir que aceita não ter, numa boa, quando lhe faltam evidências.
Existe uma diferença brutal entre a Essência e o Ego, mas que só pode ser vista por olhos bem atentos. Senão, esta diferença some no tempo-espaço e se sutiliza de tal forma que você jura de pés juntos que esse é você!
É preciso compreender o Ego e talvez começar a jogar um pouco o jogo dele para que ele se exponha. Você só o compreenderá se expô-lo. E ao fazê-lo,  você se expõe!  Vai encarar? Neste caso o Ego é você! Mas é claro que, ao mesmo tempo, ele não é! O Ego não passa de uma situação. Se esquecer a situação ele acaba. Dizer isso, reconheço ser muito simplista, porque estás amarrado na situação de tal forma, que se os vínculos a ela fossem retirados, morrerias por um apagão de falta de identidade.
O Ego se prende a questão da identidade. É muito forte e profundamente enraizado este parâmetro. Imagine-se acordando pela manhã sem um nome, sem seus conceitos de certo e de errado, sem reações prontas pra explodir, sem "aqueles" planos traçados, sem uma maneira "certa" de se vestir, e sem um monte de outras repetições, que com certeza me diria: Como posso viver sem elas?
Se ainda fosse uma única mascara e identidade que ele assumisse, mas não, elas são múltiplas e ainda por cima, consideradas por muitos como "muito boas"...
Ao vestir esta máscara ele produz com intensidade um forte pensamento a respeito, que induz automaticamente ao sentimento correlato, que dará a "base energética" para imprimir dentro de você a sensação de que aquilo é real, muito real.
Tanto que muitos chegam a matar em nome dessas fronteiras.
Imagine um grande terreno vazio e sem muros. Na minha cidade, logo logo ele seria ocupado por invasores. O ego existe porque foi deixado um "espaço vazio". Aonde a essência não se manifestou, não fechou o terreno, os ocupantes chegam e gritam palavras de ordem, se dizendo "proprietários" daquele espaço. 
O Ego se aproveita da nossa omissão de sermos quem podemos ser. E depois de instalado, constrói barracos de tijolos e cimento. Se junta em turmas (tipo associação de moradores), e uma vez assim, torna-se um pouco mais complicado de remover.
Ele se protege desta forma porque ganhou vida própria e ela, se alimenta das nossas emoções. Precisamos ao menos perceber como nos sentimos na diversas situações, principalmente naquelas em que nos "tiram a razão".
Se conseguir perceber o Ego atuando e os pensamentos/sentimentos que surgem, será um sinal claro do universo que está pronto para lidar com aquela questão específica. Assim como com as demais, pois o Ego não trabalha sozinho. Ele chega em bando, como se fosse o fio da meada que se origina de um passado muitas vezes bem remoto.
É como se estivesse no pátio da escola, e ao menor sinal de rebeldia, eles se juntassem em uma grande patota para lhe espancar pelo atrevimento em desejar sair da sua influência.
Mas como sempre digo aqui, não se trata de uma luta. De forma alguma deve desejar se ver livre, esconde-lo, brigar com ele. 
O Ego precisa ser COMPREENDIDO! 
Você jamais aceitaria entrar no ringue para lutar com o Mike Tayson. Seria pura perda de tempo e energia. Não temos noção exata do tamanho daquele determinado Ego. Existem Eus que são verdadeiros lutadores de Sumô. Você ganha muito mais aprendendo a apreciá-los, a entender seus motivos. Diferente de passar a mão na cabeça. Não se trata de amar o Ego e sim de respeitar, pois afinal é criação sua! O caminho da conciliação é sem dúvida o melhor de todos. Todavia, não devemos confundir conciliar com procrastinar, com hesitar, com fugir da questão. Ela precisa sim ser enfrentada, mas com inteligência.
E eu garanto que já tem dentro de si todas as ferramentas necessárias para sair desta viagem mais que vitorioso. Você pode sair dela sendo a própria luz.
Todo e qualquer tipo de vergonha, de medo ou mesmo de raiva, ódio, ressentimento que gera dentro de si por estar numa condição desagradável, só reforça mais daquela condição.
Sim, o medo chega, a dúvida, quem sabe até um pouco de lamentação. O problema não é se sentir assim, e sim se prender a isso e nada mais fazer.
Como já disse várias vezes: Você precisa viver, pelo menos um pouco, tudo aquilo que deseja se livrar. Pois só a vivência, com atenção, traz a compreensão necessária para realizar as mudanças que necessita em sua vida.
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