sábado, 23 de julho de 2011

UM POUCO DO CAMINHO



Em nossa condição inicial, simplesmente não entendemos ou percebemos que algo está escondido de nós. Contudo, se durante nossos estudos começamos a ser sensíveis a este fato, isso já se torna um passo adiante na direção certa.

Mais adiante, começamos a perceber uma força superior, que estabelece um contato conosco, nos envia diferentes situações, e suas causas e efeitos se tornam claros. Isto já é um determinado nível de revelação.

A pessoa começa a avaliar seus próprios feitos de acordo com o que o Criador envia para ela. Começa a criticar suas ações e reações.
Ela pensa “Isto é enviado pelo Criador a mim para que possa deixar isso passar” ou “Neste caso tenho de me comportar de maneira diferente”. Essa autocrítica transporta o homem para o nível de “Homem” porque se tornou algo além da mera criatura bípede que era.

O homem começa a perceber o Criador, e vê quais ações são úteis para ele e quais são danosas.
Quando o homem vê todas as devidas causas e efeitos, ele começa a saber o que é útil e o que não é. Naturalmente, ninguém violará algo conscientemente enquanto vê as consequências.

Portanto, a revelação do Criador concede ao homem a oportunidade de se comportar de uma forma em que cada caso específico lhe beneficie ao máximo. Tal homem é então chamado de justo. Ele percebe o Criador, o simples prazer em estar em sintonia com o cosmo.

O justo sempre justifica o Criador. Quando o homem compreende as leis espirituais de modo crescente, a luz floresce  nele cada vez mais. Esta luz interna resplandece em seu entorno, alcançando uma profundidade e alcances cada vez maiores, beneficiando muitas pessoas.

Conforme o Criador se revela, o homem transpassa a novas situações e cumpre seu papel na escala das interações e acrescenta mais de si mesmo em si e no todo.
Ele vai se tornando mais justo até alcançar um determinado nível no qual é possível sair um pouco mais da relatividade ao adentrar o caminho do meio, em respeito a si mesmo e aos demais. Essa coisa do bom ou do ruim perde os inúmeros significados, deixando de ter uma importância que no fundo só atrapalha. 

O homem vê o Criador em si  não mais como um ser perfeito, bom, ou com tantos outros rótulos, que não passam de rótulos, muito aquém do que seria de fato. Tudo isto resulta de um nível de revelação do Criador verdadeiramente impressionante e sobre o qual nem cabem os mais elaborados textos.

Enquanto o homem vive, compreende que tudo que o Criador faz para ele e para os seus semelhantes provém do desejo de dar prazer infinitamente a todos os seres criados. O homem então é dominado por um sentimento de gratidão sem fim e um desejo de agradecer o Criador por meio de todas suas ações.

Estas ações têm como objetivo doar ao Criador. Isto significa que cada vez mais o "dar" e o "receber" se fundem numa coisa só. Essa condição é chamada de amor eterno e infinito pelo Criador.
Neste estágio o homem entende que o Criador apenas quis proporcionar-lhe os ambientes mais propícios as mais profundas experiências de descobertas de si mesmo. Antes, quando o homem estava em sua condição não compreendida, ele acreditava que o Criador o punha freqüentemente em apuros, lhe trazia aflição.

A Luz do Todo-Poderoso é imutável, mas quando ela entra em um desejo antagônico, faz surgir um sentimento antagônico.
O mundo espiritual é percebido apenas no limite entre condições positivas e negativas. Não devemos temer nenhuma situação que possa ocorrer.

Quando adentramos pela senda dos estudos, da observação de si mesmo e de tudo, subitamente começam brotar problemas, previamente desconhecidos. Não se trata de "obstáculos", de "provas" ou mesmo da atuação de qualquer tipo de força oculta com objetivos escusos de parar o nosso processo. Uma vez começado, nada pode pará-lo.

Nossa noção de tempo-espaço se altera. Os dias ficam muito mais acelerados. E a tendência é que a aceleração prossiga, na medida em que a expansão da consciência apague aos poucos essa falsa noção. O momento, o agora, ganham contornos mais nítidos e aos poucos compreendemos que passado-presente-futuro são uma coisa só.

A consciência expandida, precisa de "menos tempo" para captar os eventos e fazer as transmutações necessárias ao nosso processo em particular. Isso pode fazer erroneamente parecer que há menos eventos ou que eles foram resumidos.
A pessoa então começa a compreender porque percebemos essas conseqüências das leis espirituais de desenvolvimento em nosso mundo. O desenvolvimento da alma é explicado numa linguagem que descreve o desenvolvimento do corpo em nosso mundo.

Nossa sensibilidade aumenta e se interconecta a faculdades relacionadas com o corpo e sua propriedade animal de sentir diversas coisas. Assim como cães e gatos que também podem pressentir a chegada de alguns fenômenos naturais.
Nos tempos atuais muitas pessoas correm para utilizar as assim chamadas técnicas da “Nova Era”, tentando mudar a si mesmas, suas vidas e seus destinos. O destino pode ser mudado, de fato, se você exercer influência sobre sua alma e aprender como lidar com ela nas diversas situações.

As leis do universo passam a ser mais bem compreendidas e nossa resistências a elas diminui, mesmo que aparentemente possam estar indo contra aos nossos desejos. 
As correlações aparentemente distantes entre áreas distintas, como por exemplo, a matemática e a música, ganham relações das mais próximas e até mesmo totais. Enxergamos que tudo está relacionado, se conecta e tem sua razão de ser e de funcionar justamente por existir esta relação.

Quanto a nós, sem nenhuma idéia dos mundos espirituais, devemos simplesmente ler estes livros pronunciando palavras.
O ato de ler e pronunciar desperta pouco a pouco em nós, qualidades até então adormecidas ou esquecidas.
Entretanto, nunca devemos perder o espírito investigativo, curioso, questionador, mas junto a isso manter-se dentro de uma certa equidade. Sem exageros.

Cultivemos uma fé inabalável em nós, mas equilibrando com o nosso racional e confirmando a cada instante a justa medida desta combinação.
Experimentar é a palavra. Cante, dance, leia, estude, pesquise, nade, mergulhe, voe, salte, viaje, conheça outras culturas, caminhe, corra, medite, pratique Yoga e todas as outras formas correlatas, escreva um livro, blog, páginas, ame, namore, fique só, compartilhe.
Em nós, novos desejos se formam constantemente, quaisquer que sejam. Nosso desenvolvimento depende do nível destes desejos.
No começo, nossos desejos estão no nível mais baixo, os assim chamados desejos animais. Depois, estes desejos são sucedidos pelos desejos um pouco mais refinados por riquezas, honras, por uma posição social e assim por diante.

Em um nível mais alto estão os desejos por conhecimento, música, artes, cultura, etc. Finalmente, encontramos o desejo mais elevado: Entrar em contato, avançar e por fim ser a Luz como criadores que somos.
Esses desejos surgem gradualmente nas almas após muitas encarnações neste mundo ou, como dizemos, com o desenvolvimento das gerações. eles podem conviver, até um certo ponto, de forma mesclada.

Primeiro, as almas que viviam exclusivamente a vida de sua natureza animal foram encarnadas em nosso mundo. Com o tempo houve um refinamento e o Homem alcançou grandes avanços paralelamente a natureza de muitos que ainda permaneciam com um instinto primitivo bastante aguçado.
Percebendo a limitação da satisfação que traziam esses novos desejos, o Homem começou a almejar alguma coisa além. Sem saber ao certo, começou a imaginar. O desejo de uma experiência transcendente e superior foi se disseminando e aprofundando. Cada um, de acordo com seu nível de contato com a luz, foi criando um ambiente específico de experimentação espiritual ou mesmo se deixou levar por alguns desses.

É impossível ao homem experimentar dois desejos diferentes porque isto significaria que não foram definidos de maneira adequada. Se eu desejo subir e descer ao mesmo tempo, nada acontece, a não ser um imenso desgaste energético, proporcional ao tamanho dos desejos antagônicos colocados.
Depois de serem analisados e classificados cuidadosamente, parecerá que existe um só desejo. O homem  desperta em si, através do contraste, diversos desejos simultaneamente. Ele então seleciona apenas um deles se for capaz de avaliar seu nível de maneira correta.

O xis da questão não é que os desejos superiores são bons e os desejos inferiores são ruins, mas que os desejos superiores são “grandes” e os desejos inferiores são “pequenos”, no que concerne o grau de profundidade das experiências necessárias ou ansiadas pela alma. 
Por esta razão existe uma tela sobre os desejos superiores, fruto do ato que estabeleceu o desejo de compartilhar, ao contrário do que havia no início de tudo, quando apenas recebíamos do criador.
E se começamos do início, começamos com desejos de natureza animal, fruto do reino que originamos.
Ao evoluir, num longo processo, podemos então nos distanciar desta natureza - animal - sem que perdamos o contato - pois ainda somos animais, mais evoluídos, mas somos.
Os desejos mais fracos passam primeiro por sua transmutação; não requerem muito tempo para este processo. Depois os desejos mais abaixo são resignificados, estes são mais complexos.

Os desejos ditos como "altruístas" precisam ser corrigidos primeiro e depois os desejos ditos como "egoístas". No final deste processo tudo se funde novamente em um só. É por isso que toda a diferença entre os vasos altruístas e os egoístas se resume ao período destinado à fundição.
O refinamento e a transmutação prosseguem num movimento infinito de escalas.
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