quarta-feira, 14 de março de 2012

UM BLÁ BLÁ BLÁ MAIS PROFUNDO SOBRE A DUALIDADE...




De volta após uma pausa de cinco meses, vamos revisar e acrescentar aos textos novos e antigos, detalhes que farão toda a diferença.
Gosto de escrever. Mais ainda de ser lido. Lido nos detalhes e na mesma espiral de expansão dos meus viajantes pensamentos. Leituras superficiais me incomodam na mesma medida em que leio superficialmente.

Quero ir além do que as palavras dizem. Me perder e me encontrar nelas.
Sim! hoje eu sei que quanto mais se dispõe ao inesperado, ao incerto, mais prontidão acrescenta a amplitude das infinitas possibilidades universais. Não se trata de mera aceitação, de mera resignação, mas de uma entrega total, de um acordo tácito e inequívoco com quem és. Aceitar o que é, faz de você um ser conectado. Permanecendo assim, tudo poderá ser como quiseres que seja.

Aceitar o que é, mesmo não querendo que seja assim, faz você alcançar o que não é, transformando no que é. Perceba o jogo, o balanço da dualidade que vai de um polo ao outro, num movimento perpétuo de vida e criação.

O equilíbrio entre fantasia e realidade não existe. A realidade é uma fantasia e a fantasia pode ser uma das inúmeras realidades. Me descolo da realidade não para viver uma fantasia e sim para criar a minha própria realidade, honrando o desígnio que me foi concedido.
Acesso o infinito e dele escolho minhas preferências. Tudo parece figura de linguagem, mas é apenas a mais pura e doce realidade.

A criação deliberada no mundo físico passa, dentre outras coisas, pelo mais profundo estado de desapego. E o desapego não é não dar importância a nada. Se importar não é o mesmo que se prender. Continuo solto, mas me importo. Entendeu o jogo da dualidade? Você entra neste jogo de não querer nada com o que mais deseja. Exercitar é necessário. Não aprendi a desejar muito e esquecer. Tarefa que mistura o árduo e o delicioso.

Filosofias vãs não levam a um resultado prático. Mas um resultado prático sem filosofia, se esgueira sozinho e vazio. Não sobrevive por falta de consistência.
Teoria e prática andam juntas, inseparáveis. E a vivência prática enriquece a teoria e tira dela o devagar e o morno. Mas não devemos, pelo menos agora, imersos neste mundo dual, separar, não só esses, mas os infinitos conceitos e modos de agir, porque fatalmente eles deixarão de existir.

Pois é, vivemos na dualidade. O dual, o duplo, o yin e o yang, o cara a cara, o casal, o dia e a noite, o frio e o calor. Precisamos olhar para isso e atuar sobre. Tudo na vida é um simples exercício de viajar na dualidade, se equilibrar entre suas extremidades, até que não precise mais dela. Mais isso fica pra depois. Agora eu sou dois. Dois em um e um em dois. Laços. Haverão laços de conexão e de repúdio. É briga! E feia. Mas o feio está ligado ao bonito, lembra? dualidade de novo! No bonito eu sempre terei o feio, lá escondido. E no feio, o bonito mais ainda.

Delicioso aprender. Ou melhor: reaprender ou quem sabe relembrar...
Vou relembrando e apreciando, independente se isso me leva a algum lugar. Não quero chegar, eu já cheguei. Cheguei agora, hoje de manhã. Esta manhã que faz parte do dia, que faz parte da noite. 
Por isso tanto ódio por aí me alegra. É o amor em potencial! As possibilidades do amor são majestosas e assim tem sido com o ódio. Todos vocês sabem, eles andam juntinhos.
Você jamais vai viver na dualidade sem o amor e sem o ódio. Tanto um quanto o outro, são absolutamente necessários. Jamais queira eliminar o ódio. Será pura perda de tempo e energia. Aprecie-o, conheça-o, observe-o!
Fica a sugestão de trabalhar sempre nas duas bandas. Considerar e cuidar sempre dos dois lados. Cuidar mesmo! Cuidar bem!

Como disse, preciso querer e preciso deixar. Deixar quieto! Mas se quero aprender, relembrar ou mesmo reaprender, então, seguindo essa trilha, na verdade eu preciso agora desaprender e esquecer! 
Quando esqueço eu aprendo e quando aprendo eu esqueço... Percebeu a mecânica??? Sanfona, o vai e vem, o ciclo, o atrito prazeroso dos genitais...
Sente-se num balanço, desses de praça pública, e tente perceber o que tento te dizer aqui. O vai e vem... relacione através do pensar e do sentir de forma simultânea a ideia que te revelo aqui.

Tem muito mais coisas além disso, claro. Todavia, compreender bem a dualidade, salvaria sua vida por inteiro!
Se ponho meu dinheiro nesse vai e vem e meus relacionamentos neste mesmo vai e vem, posso SER, TER e FAZER neles ou deles o que desejar. Estão absolutamente nas minhas mãos.
Veja, esse vai e vem tem uma escala que vai ao infinito, e pode em alguns casos chegar a extremos. Sem ser essa uma condição indispensável ao seu bom funcionamento. Muitas pessoas se relacionam em extremos. Já outras, conseguem esse balanço sem precisar de tanto. Você se ajusta a maneira que se relaciona com a outra constantemente, sem ser algo que te aborreça, mas que pode ser também, e até um certo ponto, algo que te aborreça muitas vezes. Manter-se sintonizado e atento a este ritmo, a este balanço cadenciado da dualidade cósmica permanente já faz de você um DEUS por antecipação.

Cada situação vai requerer uma velocidade, uma cadência, uma amplitude, um alcance. Ajuste ao sentir e reajuste ao contínuo processo de percepção. A percepção, aliás, é uma ferramenta indispensável.
Um exemplo disso é que você deve prestar a mesma atenção ao que pensa e ao que sente em você e da pessoa com quem se relaciona. Seja relação marital, amizade, trabalho ou mesmo uma simples ida ao mercado. É mais fácil sintonizar um estranho do que imagina. Conseguimos até pela internet, distante. Nossos corpos foram projetados para isso. Chame como quiser, os termos não importam.
Tem pessoas que são mais difíceis de sintonizar. Há variações de sintonia. Tudo faz parte de um refinamento.

Refinamento da sua própria percepção. O outro não interfere na sua sintonia. Você pode sintonizá-lo sem que ele lhe sintonize. Agora é claro, como já disse, que existem pessoas mais fechadas. Mas isso não impede de senti-las.
O segredo não é lutar contra tudo. Porque no tudo eu tenho o nada e no nada eu tenho o tudo. O meu nada hoje é o meu tudo! E eu sinto-o agora neste e em todos os momentos. Por que todos são este e este são todos. Parece louco, e é, pois tem uma lógica incrível! Incrivelmente libertadora. 

Eu não preciso chegar, porque se chego eu saio, chego e saio, chego e saio. Compreendendo esta cadência. Eu me sinto sempre no mesmo lugar e em todos os outros, assim, cai por terra todas as ansiedades, dúvidas e tantas outras coisas. 
O que me prende é o que me solta. O que me dá é o que me tira. Mas ao tirar ele se transforma automaticamente em doador! Ele tem que fazer! É a lei!

Se tento prender, se tento segurar, eu freio este balanço que é fundamental a minha vida! Aí, é claro, ela desaba!
Vemos isso em tudo na vida! a dança, é um exemplo vivo que se esfrega em nossa cara deslavadamente. Ela só acontece por causa da dualidade. Entre os parceiros e em cada um dos parceiros, vemos um encadeamento de múltiplos balanços. E a boa sintonia evidencia a boa dança.
Assim é a vida. Simples e fantástica! E aí? Vamos vivê-la?
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