quarta-feira, 22 de setembro de 2010

AS HISTÓRIAS DE CÉUS E PARAÍSOS



Quero deixar claro de uma vez por todas o que se passa com essas histórias que contam por aí sobre paraíso, céu, inferno e outros "bichos mais"...

Estamos vendo nas telas de cinema o filme "Nosso lar" psicografado pelo Chico Xavier, um grande sucesso de público. As pessoas gostam de ter uma "ideia" de como seriam ou serão suas vidas pós "mortem". Absolutamente nada contra o velho Chico, mas...

Essa curiosidade se dá basicamente pelo medo do desconhecido e por nossa total descrença de que somos bem capazes de saber por nós mesmos (sem o auxílio de quem quer que seja) como é o "paraíso".

Muitas de nossas experiências aqui no mundo das formas, são experiências que jamais poderemos descrever com precisão, são coisas exclusivamente nossas, e apesar de haver coisas "semelhantes", são únicas, ainda assim. Por exemplo: fazer cocô, xixi, ter orgasmo e tantas outras. Cada um viverá isso a seu modo. Os tipos de sensações, sua intensidade, a memória celular residual são únicas, apesar do ato ser o mesmo. Isso transforma completamente, não só as sensações e as emoções geradas, mas também a experiência em si.

Assim é, essa coisa de paraíso, céu, inferno e tudo o mais. Eles não tem forma pré-definida! Veja, não existe um modelo, um lay-out, uma planta ou lá o que o valha. Contrariando mesmo a mensagem que não só o filme, mas tantos outros livros, não só do Chico, passam.

Mas por que isso acontece então? Ao meu ver se existe a demanda, existirá quem forneça. Se as pessoas buscam essa informação (do lado de fora delas), existirá quem se "qualifica" a mostra-las ou ainda: a vendê-las.

Temos então que dar forma ao "produto". Produto que não tem forma ou finalidade não vende. Se desejo lhe explicar como é o "céu", preciso fazer isso com algo que lhe faça sentido, que lhe seja familiar ou mesmo compreensível. Só que, "sem querer" eu tiro de você o que você tem de mais importante: A liberdade de ver por conta própria e do seu jeito!

Você ficará preso a conceitos, formas, idéias pré-concebidas, coisas que os outros descreveram e formará em sua mente uma imagem e uma sensação que pode estar muito distante daquilo que realmente é.
O paraíso, o céu, o inferno e a vida que tu levas tem a forma que tu mesmo dá a elas! É por isso que existem muitas descrições diferentes do que seria e do que não seria esse paraíso.

Essa "região" que tu desembarca quando abandona seu corpo físico, não é uma região, no sentido que tens com relação a esse nosso mundo tridimensional. Ela não tem uma localização específica, ela está em toda a parte, no aqui e agora. Você não vai para lá, você já está lá!

Reconheço que com essa noção espaço-tempo que temos daqui, fica difícil compreender somente pelo racional o significado do que eu digo. E o que eu digo vai muito mais além das quebras de paradigmas e de uma nova forma de pensar: Eu falo de liberdade.

Quando se é livre, não temos medo da morte, medo do desconhecido e medo da vida. Aceitamos e permitimos mesmo aquilo que ainda não compreendemos bem e deixamos a vida fluir, acontecer.

Somos tomados por um puro sentimento de confiança que nos extasia a todo o instante. Ficamos ávidos por sorver o mais puro néctar da existência e nem pensamos no depois. Somente no agora, no dia de hoje. 

Um dia de cada vez nos remete ao que há de melhor. E aí, o medo cai e a vida acontece. Sendo assim, o paraíso se "forma" e cristaliza dentro de cada um de nós. Isso não é poesia, apenas palavras que não tentam descrever, mas sim transmitir, um pouco de sentimento, pois só ele faz, o nosso verdadeiro paraíso.

O paraíso não é a descrição que faz e sim a que sente.
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