quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MEDITAÇÃO ATIVA.



A meditação é sem sombra de dúvida uma prática muito importante, seja lá qual for o caminho, a religião, o estudo ou mesmo se nada fizer em sua vida, em termos de busca espiritual. 
De nada adianta estudar, frequentar templos, participar de grupos de estudos, se você não medita.
Muitas pessoas deixam de meditar por acharem que para tal feito, é necessário "parar de pensar". Ledo engano. A meditação começa desde o simples ato de sentar, tentar relaxar e se reconfortar e vai até um estado meditativo pleno, em que você medita o dia todo ininterruptamente.
E para isso, existe a necessidade de estar disposto a experimentar, de sair da zona de conforto. 
Parar alguns minutos no dia, seja lá aonde for, e respirar algumas vezes prestando atenção no ar que entra e sai, já é um bom começo. Assim lembramos de quem somos, voltamos nossa atenção para o agora.
O processo ocorre por etapas. É preciso ter um pouco de paciência e muita persistência. Algumas pessoas desistem porque logo assim que começam, já esperam a redenção completa. De fato os benefícios da meditação são imediatos, mas no início ainda sutis para serem percebidos por mentes afoitas.
Meditação tem a ver com sintonia. Quem se lembra dos antigos rádios de ondas curtas, que dependendo do local, da antena, e da qualidade do próprio equipamento, exigia paciência para sintonizar determinadas estações de forma a ouvi-las de modo inteligível. Ainda sim se ouvia, muitas vezes, com ruídos e chiados sobrepostos a voz.
A meditação se apura com a prática. Nosso corpo e alma já vieram para esse mundo com uma pré-disposição natural a meditação. 
Com o tempo verá que ela acontece mais naturalmente do que imaginava. O universo dotou você de um mecanismo pró-meditação. E isso ajuda bastante a desenvolver esta miraculosa prática. 
A meditação é tão importante quanto a respiração. As duas, aliás, andam juntas. O ato de respirar, de forma equilibrada, induz naturalmente ao estado meditativo.
E esse estado trás a tona a nossa consciência. E esta, observa. A consciência interage em todas as dimensões da natureza, inclusive na física, na matéria, com este poder infinito que está no simples ato de observar. Observar atento muda totalmente a nossa realidade.
Sendo assim, dentro do ato de meditar, além da observação atenta e focada na respiração, nos batimentos do coração, na sensação do sangue circulando, está também a observação dos nossos pensamentos.
Veja, não é preciso parar de pensar. Aliás, esta "metralhadora" de pensamentos chamada de "mente" pode ser um acessório muito útil no desenvolvimento da consciência.
Observe os pensamentos que vem e que vão sem se identificar com eles. No início haverá sim muita identificação. Quando perceber, terá sido levado por um ou por outro "assunto importante". A mente é muito astuta. Todavia relaxe e tente compreender que tudo em você, está aí com um propósito, que se bem explorado, servirá de alavanca para alçar-lhe a um novo patamar.
Volte calmamente a observar. Se outra vez for levado pela mente, respire bem fundo e traga novamente a sua atenção para o aqui e agora. Nesta etapa, é preciso persistência, mas sem briga, sem tensão.
Procure se divertir assistindo a avalanche de pensamentos, idéias e o seu entrelaçamento. Lembre-se, o processo deve ser prazeroso. E o prazer pode estar justamente na descoberta de como funciona este intrincado mecanismo.
Quando pegar o "ritmo", começará a perceber que sua mente articula novas estratégias. Poderão surgir "novas" idéias e até mesmo lembranças de coisas já há muito esquecidas, na tentativa de remover você deste ato sublime de observar. Não se trata de uma guerra, apesar de parecer, e sim de um refinamento que  a mente "faz" sem a sua própria aquiescência. A mente se acha esperta, mas na verdade está lhe ajudando, considerando, claro, que você esteja atento ao processo.
Se conseguir ir adiante, poderá observar o intervalo que existe entre um pensamento e outro. Uma espécie de vácuo, que é muito maior do que aparenta. Tente mergulhar nesse vácuo. Se vier algum pensamento encima, não se incomode. Observe e espere ele passar, quando então foque toda a sua atenção novamente no intervalo, por menor que ele lhe pareça. Com o tempo irá ver que ele aumentará. Na verdade não é ele que aumenta, e sim a sua percepção.
Nesta etapa, poderíamos afirmar, sem nenhum demérito as outras etapas, que está meditando profundamente. Esta profundidade se encontra nesse vácuo. Evite, todavia, a ficar obsessivo com ela. Se deixar de percebe-la, continue observando os pensamentos, mas como já disse e não me cansarei de repetir, sem se identificar, sem se deixar levar por eles.
Outro detalhe importante é que a meditação não se resume somente ao ato de sentar durante um determinado tempo e depois sair para o mundo e esquecer de tudo. A meditação deve ser levada para todos os instantes da sua vida, inclusive na hora do sexo. Procure então acostumar-se assim, mantendo-se no aqui e agora, evitando ficar relembrando coisas e nem tampouco com ansiedades sobre o futuro.
A respiração é uma chave importante nessa coisa de trazer você de volta.
Se perceber confusão, tumulto mental, pare um pouco e respire fundo. De imediato retorna.
O fato de ficar alerta ajuda na meditação e vice-versa. 
É preciso compreender de uma vez por todas que a espiritualidade, que a ascensão, que o nosso crescimento interior, se dá nos pequenos afazeres, nas relações aparentemente costumeiras e sem importância. Espiritualidade acontece no hoje, no agora. Na fila do banco ou supermercado, no trânsito, nas negociações e também nas horas de lazer. E é nestes momentos que devemos estar em estado meditativo, atentos ao que se passa e por conseguinte no controle das nossas emoções e da nossa vida.
Assim deixaremos de ser "joguetes" nas mãos do acaso e aproveitaremos as infinitas oportunidades que nos são oferecidas pelo Universo Cósmico Infinito.
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