sábado, 8 de setembro de 2012

DEUS É A PRÓPRIA SUBSTÂNCIA



Existe uma substância que permeia todas as coisas. Ela é a base de tudo. Na física quântica a chamam de campo. Um infinito "colchão" de partículas e sub partículas em estado puro, sem a modulação do toque, do estímulo. Esse campo é moldável, modulável, segue uma ativação e reflete um estímulo.

Ele, o campo, toma infinitas formas, servindo de molde e suporte a manifestação, seja ela em que grau for, este campo permanece único, como se fosse uma enorme cama fluídica e elástica. Se alguém salta em uma das pontas, a outra ponta sente, em maior ou menor grau tudo é sentido. A cama é uma só.

Quando se dá a criação não há aquela ideia de criador e criatura separados. O criador faz a criatura de si mesmo. Ele se desdobra em um só. A criatura é o criador e o criador é a criatura. Quando se expressa, a criatura parece separada, ela parece um ser individual, uma coisa que se expressa em separado, mas não é.

Como diz Osho, no oriente essa ideia é a de que criador e criatura são como o dançarino e a dança. Uma coisa não existe sem a outra. E cada um de nós somos os variados movimentos desta linda dança. O dançarino sem a dança não existe e a dança sem o dançarino não pode se expressar.
No ocidente, a ideia é outra. Deus é o pintor e nós somos a pintura. Se o pintor morre a pintura permanece. Apesar de haver uma ligação entre os dois, está bem clara a noção equivocada de separação.

De alguma forma e em algum momento nossa percepção foi sabotada e distorcida deste sentimento de conexão. Sim sim, esta conexão jamais vai poder ser compreendida e muito menos levada a cabo sem passar antes por uma compreensão a nível de sensação ou seja: através da experiência. 
O ideal é que não fosse uma experiência intelectual, que neste caso, limitaria a amplitude do evento. Entretanto, de onde estamos é dele mesmo que deverá partir, uma vez que o temos tido como preponderante ou pelo menos fomos incentivados a isso, por um longo período de tempo.

Deus, a substância, o campo, a conexão, são idéias que só podem ser completamente compreendidas através da sensação. Mas não neste nível reprimido do qual estamos. Vivemos limitados em termos de sentido não por sermos assim, e sim pela simples ausência de um uso mais desprendido e contundente do ato de sentir.

O sentir a nível de captar a ideia proposta neste post deve estar absolutamente desprovido de culpa, de vergonha e de intelectualidades, mesmo aquelas que aparentemente sejam coerentes. Não há coerência alguma na percepção desta conexão. Mas há uma certeza muito prazerosa em contatá-la.
Como disse, a nível de impulso e de retomar esta sensação, precisaremos examiná-la ainda que superficialmente a nível do intelecto, pois o pouco da coerência encontrada por ele servirá para redirecionar nossa atenção a esta realidade fundamental em nossa evolução e no encontro de tudo aquilo que buscamos.

Qualquer pensamento, sentimento e ato em sua vida está ligado a divindade como o dançarino está ligado a dança e a dança ao dançarino. Pare um pouco e analise esta situação, transportando seus atos ao ato de dançar. Imagine-se nesta situação e tente ficar um pouco aí. Então, o que achou? Falo de sensação, de sentimentos, tá!
Movimento, ritmo, cadência, amplitude da expressão, direcionamento e expansão. Fatores que estão presentes na dança e claro, em nossas vidas também.

A divindade só se expressa quando você dança. Pode começar do jeito que for e ela estará ali legitimamente representada. Não interessa a técnica, a forma, a razão e nem nada mais que o ato de dançar pelo que vem de dentro. 
Julgamentos não cabem em um momento tão sublime e esta sublimidade está em tudo que faz. Pequenas, médias e grandes coisas. Tudo é válido na expressão, afinal trata-se da manifestação de Deus. É Deus dançando, captou?! Difícil assimilar? ora, nada vai mudar do mesmo jeito, continuará sempre uma expressão, talvez mais pobre, mas não menor.

Inúmeros eventos ocorrem simultaneamente. Realidades inteiramente distintas convivem lado a lado. Cada vida um universo e cada universo um fragmento, uma lembrança viva do todo. 
O sagrado direito de se expressar reforça as lembranças. Quanto mais dança mais divindade. Não importa se a dança está "correta" sob qualquer ponto de vista. Não tem que fazer certo para que a divindade se expresse. Na verdade quanto mais pensa se está mesmo representando Deus em suas atitudes menos estará. Tem certos questionamentos que são absolutamente desnecessários.

Cada elemento do planeta tem em sua composição partículas desse campo. Portanto somos um com tudo, mas absolutamente tudo, sem exceções. Tente perceber isso ao olhar, ouvir, degustar, cheirar, tocar e intuir.
No início pode ser muito chocante. Admitir que é um com seus inimigos?! Com aquele mendigo jogado no chão à porta da sua casa?!  Com aquele cachorro manco da esquina?!
Isso deveria ser motivo de intensa alegria. Mas assim como tudo que existe nesta vida, mesmo uma alegria tão intensa só vai chegar e permanecer com a sua permissão.

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