sábado, 5 de março de 2011

O VÍCIO APOCALÍPTICO.


Vivemos na cultura do medo. É irrefutável esta declaração, uma vez que para onde quer que olhemos encontraremos alardes de todo o tipo.
Na década de 90 e principalmente com a proximidade do ano 2000 o que mais se via eram declarações, achados, profecias e pseudo adivinhos de toda espécie propagando o apocalipse, o juízo final.
Até aí tudo bem, cada um é livre para fazer o que acha certo. Só que a lei da oferta e da procura atua constantemente em todos os setores da vida humana. E se tem gente falando é porque tem gente "querendo" ouvir.

As pessoas sentem medo do desconhecido, mas ao mesmo tempo se fascinam com ele, ou seria com o tal friozinho na barriga que ele dá?
Os cinemas - com seus filmes de terror - e as montanhas russas da vida lotam de gente que quer apenas gritar até o último pedaço de suas vísceras. De repente o terror torna-se divertido...

Mas não é só isso. Existe um emaranhado de vontades e sentimentos que querem se expressar mas se perdem. O sujeito que professa, deseja sua atenção e sua fascinação pelo suposto poder de adivinhar e por sua aparente superioridade. Do outro lado, pessoas cujas as vidas vazias de si, buscam uma novidade mais forte que as faça sair da mesmice, do marasmo. Ainda que seja em direção ao abismo.

Como viram que nada aconteceu com a chegada do ano 2000, mudaram a data para 2012. E toma-lhe venda de livros e artigos na internet que se não reforçam diretamente estas teorias, pelo menos as mantém vivas pela simples propagação.
O problema está no fato de que assim como o cigarro, as bebidas e as drogas isto se tornou um verdadeiro vício. Que eu chamo aqui de "vício apocalíptico".
É claro que dentre as muitas razões, existe a econômica e muitos saem desta estória um pouco mais ricos...

Os jornais estão repletos. Quando não é o fim do mundo, criam-se pelo menos pequenas-grandes tragédias na economia, em desastres naturais ou nos desencontros dos seres humanos em seus relacionamentos pra lá de neuróticos.
Pessoas públicas de uma forma geral tem suas vidas transformadas - por elas ou pela mídia - num verdadeiro circo dos horrores, aonde outros tantos se divertem ou pelo menos esquecem-se de suas próprias tragédias.

Pessoas vazias se preenchem com a desgraça alheia numa última tentativa de acalentar-se com fatos bem piores que os seus e com isso sentem-se um pouco melhor. 
Se não posso ser melhor ou ter algo melhor em minha vida, pelo menos sossego um pouco ao saber que aí fora tem coisa muito pior. É a cultura do "menos pior".
Quando recebemos uma boa notícia - e elas estão aí aos montes - praticamente já não mais nos impacta como fazem as tragédias. Ninguém admira um dia ensolarado aonde tudo corre bem com a mesma ênfase que faz quando vê um acidente automobilístico grave.

O importante desta minha preleção é alerta-lo, não para o fim do mundo, e sim para que perceba o quanto antes  como está anestesiado para esta chuvarada apocalíptica que te bombardeia todos os dias e pelo gostinho que sorrateiramente toma posse de algo muito precioso seu, que é a sua atenção.
Todos esses eventos do meio externo vem com o intuito de baixar a sua vibração e fazê-lo sintonizar com a desgraça e consequentemente trazê-la para sua vida.

A sociedade encontra-se entorpecida pela tragédia e a cada dia a sente mais e mais dentro de suas vidas.
Precisamos reagir e dar um basta! A vida foi, é e sempre será alegria e diversão! Essa é a sua tendência natural. É lógico que se continuarmos com este vício pernicioso alimentaremos o que não queremos em nossas vidas.
Não quero que finja que não vê a tragédia. Que não se importe com os outros. Mas peço-lhe que tente a todo o custo elevar sua vibração, colocando sua atenção e realçando o que a vida tem de belo. Se a maioria fizesse isso já não teríamos tantas desgraças acontecendo.

Esse mecanismo perverso trata-se de mais uma forma de controle social. Quando se tem pessoas apavoradas e desesperançadas fica mais fácil controla-las. Não sou fanático por teorias conspiratórias, mas sei que precisamos usar nossa inteligência adormecida para mudar esse estado de coisas. 
Procure, pelo menos por uns seis meses, desligar-se completamente de noticiários, principalmente os catastróficos. Você descobrirá que pode viver muito bem sem eles.
Não será tão fácil, uma vez que nos relacionamos com pessoas que ainda estão habituadas a toda essa cultura e irão nos procurar para comentar e nos chamar a atenção. Todavia devemos com habilidade nos safar e sair de fininho afim de não rebaixar nossa vibração com coisas que nada podemos fazer.

Se martirizar por nada, por ilusões, pelo que dizem é um grande desperdício de tempo e energia que poderia estar sendo utilizada para fins bem mais úteis a nós ou àqueles que amamos.
Tudo isto que proponho requer disposição e persistência. Todavia, acredite: Vale a pena!
Se não posso salvar o mundo, pelo menos salvo meu lar e as pessoas a minha volta e se cada um de nós o fizer, o mundo então estará a salvo.

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