sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O ACASO



Um tema muito instigante e difícil de ser tratado em poucas palavras. Vamos fazer o melhor e esperar que um certo "acaso" nos ajude com os resultados...

A maioria das pessoas considera o acaso, a probabilidade, a aleatoriedade como questões que não podem ser tratadas sob o ponto de vista mais pragmático e concreto, uma vez que são imprevisíveis, e sendo assim, não há como dar forma a elas. Seria o mesmo que fornecer uma receita infalível para ganhar na loteria todas às vezes que quiser.

Outros tantos, acham que se trata de questões místicas, de adivinhação, oráculos ou coisas do gênero. 
Todavia, diante de um olhar mais cuidadoso, vemos uma certa ordem ou algum tipo de tendência, ou mesmo um "vício" na aleatoriedade.

Mesmo o aleatório não é perfeitamente aleatório sob o ponto de vista de sua manifestação. E assim sendo, podemos detetar, através de um olhar atento, um certo padrão.
Se o caos fosse perfeito, fecharíamos às pontas do círculo, pois a perfeição e o caos, em tese, são extremos opostos, mas não tão opostos assim, pois se tocam, coexistem e se complementam. Um não vive sem o outro e formam o círculo da existência.

Na verdade, se o caos, a aleatoriedade e o acaso fossem tão ao acaso assim, eles estariam fora do contexto universal da interligação que há em tudo, e não teriam como existir porque simplesmente não estariam conectados ao demais fenômenos e energias indispensáveis a existência do que quer que seja.

O caos e a aleatoriedade em sua expressão completa, cheia, tem sim certas regras e leis pelas quais se submetem, simplesmente, como já disse, porque sem elas não existiriam. Há sempre uma razão em tudo e inúmeros fatores coexistem e interagem, por mais que seja difícil enxergarmos de onde estamos.

Se você consegue através de um olhar cuidadoso enxergar ordem no caos, e um padrão específico na aleatoriedade da vida, parabéns meu caro, avançaste bastante em sua jornada. Se não, acalme-se e treine mais esse olhar juntamente com a atenção que pouco a pouco irá perceber o que tento lhe dizer.

Muitos cientistas estudaram os mecanismos da aleatoriedade e a manifestação do acaso em diversas situações da vida cotidiana e relataram isso em diversas publicações. Dentre elas, o livro "O andar do bêbado" de Leonard Mlodinow, que relaciona os passos que um bêbado dá com o movimento atômico das moléculas. Mais uma vez poderá perceber a íntima relação entre eventos aparentemente distintos.

E para que serve eu tentar entender o caos, a aleatoriedade e o acaso? Simples: Você se tornar dono da sua própria vida, criar o que desejar (e não o oposto) e seguir o rumo traçado por você mesmo (e não pelos outros) e viver uma vida cheia de alegrias e realizações. Está bom para você???

Se o acaso fosse facilmente previsível por qualquer pessoa, eu nunca poderia propor o que proponho aqui hoje. No estágio em que nos encontramos seria impossível observar nuances num caos perfeitamente engendrado. Se ele foi construído assim, foi para que tivéssemos a oportunidade de observá-lo e compreender seus movimentos, compreendendo assim toda a mecânica do universo. 

Entenda, ninguém evolui na igualdade, onde não há fortes contrastes e diferenças. E o caos se encarrega de trazê-las. Esse contraste traz o estímulo ao desenvolvimento da percepção dentro da desordem (que possui um ordenamento), do acaso (que tem um funcionamento bem definido), da imprevisibilidade (que é perfeitamente previsível) e das surpresas (que só chegam através da desatenção). 

Este ambiente, apesar de parecer hostil, nos concede infinitas possibilidades de manifestação, criação e todo o aprendizado decorrente disso.
Como disse, na medida que apuramos nosso olhar, esse nível de imprevisibilidade diminui e conquistamos uma condição que nos remete a novos níveis de prazer e deleite da vida.

Se está cansado da vida que leva, e quer renova-la, não precisa fazer nada de espetacular para isso, basta mudar seu olhar e sensibilizar seus atributos de percepção.

Voltando a questão do acaso, uma das principais ferramentas para analisar eventos de aparente acaso, o perfil das probabilidades e os padrões da aleatoriedade, é observar o histórico e os exemplos que temos em nossa vida e na vida dos outros.

Analise algum evento em sua vida que tenha lhe parecido como um acaso, hoje, depois do acontecido e veja como se comportou, o que disse e o que fez antes e durante o evento. Quais eram suas verdadeiras expectativas? Quais as emoções daquele momento? Tinha medo? Alegria? Tédio? Lembra-se do que disse antes e durante? Tente associar, fazer inter-relações.

Se conseguir fazer esse trabalho de relacionar o que pensava, sentia e dizia horas, dias, semanas antes com o que lhe aconteceu de maneira "casual" verá que não é tão casual assim como lhe parecia.

Sei que as variáveis são muitas na hora de manifestar algo em nossas vidas (tanto agradável como desagradável) e sei também que para maioria de nós é difícil perceber quais as que estiveram envolvidas diretamente em um caso específico.

Todavia reforço aqui que é possível pouco a pouco você ir percebendo quais são elas e quais as que tem mais força em seu caso.
Se desenvolver o que aqui proponho verá que o acaso e a aleatoriedade nada mais são do que processos criativos inconscientes.
Mas o fato de estar inconsciente, não representa uma condição definitiva, e por isso pode e deve ser mudada. 

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