domingo, 8 de agosto de 2010

O SÁBIO.


Olá!!!
Nunca fui um homem de meias palavras. Apesar de gostar muito de interagir com pessoas de forma um tanto subliminar, pois gosto de ser percebido em níveis diferentes da entonação e das palavras como conhecemos.
Mesmo assim quando preciso sou direto, claro e muito veemente.

Essa forma de se comunicar pode trazer alguns dissabores, uma vez que você interage colocando-se numa situação de expectativa direta quanto a receptividade do seu interlocutor. Ou seja, eu dependo da minha percepção a sensibilidade e da atenção integral do meu interlocutor, fato esse que inviabiliza algumas coisas que precisam ser ditas.

Algumas pessoas preferem medir e calcular as palavras e focam sua atenção no que dizem afim de não magoar seu interlocutor.
Outras tantas preferem fingir que ouvem, compreendem e até se sensibilizam com os fatos relatados em seus relacionamentos.

Por que eu vou criar problemas dizendo o que penso ou mesmo não dizendo se posso dizer algo que agrada e com isso ganhar pontos ou pelo menos não perde-los.
Às vezes apenas queremos descarregar nossas frustrações e o fazemos por meios das palavras ou pela ausência delas.

Indo ao encontro do tema deste post digo-lhes que um sábio (e todos nós somos, pelo menos em potencial) não mede às palavras, mede o sentimento!
Prestar a atenção em nossos sentimentos e emoções nos possibilita até chamar alguém de todos os palavrões que conhecemos e ainda sim sermos perfeitamente compreendidos e aceitos, em alguns casos até com glamour.

Quando consegue olhar, e mais que isso, sentir o que está sentindo de forma integral e plena, você sintoniza seu interlocutor, e esta sintonia lhe remete a um canal direto, e a comunicação se dá de forma perfeita, sem ruídos e interferências.

Nossa sensibilidade de perceber o outro aumenta na mesma medida em que aumenta a percepção de nós mesmos. Precisamos urgente trabalhar a nossa capacidade de perceber a nós mesmos e levar isso aos outros de forma natural e tranquila.

Em seus relacionamentos diários ou esporádicos procure sempre perceber o que sente. Se estiver aborrecido, raivoso, agoniado ou mesmo desorientado, não os evite, apenas foque de maneira contundente, com toda a força que tiver sua atenção no que está sentindo. Se assim o for, diga o que quiser e tudo correrá bem.

Não se prenda, procure ser um observador de si mesmo como se estivesse em uma platéia observando aqueles momentos difíceis e não faça julgamentos, pelo menos neste momento. Olhe, olhe e olhe... Sinta, sinta e sinta...

Você irá perceber que toda aquela energia represada se transformará em algo muito produtivo no ponto de vista da sua jornada neste mundo e os benefícios serão infinitos.
Dentre tantos eu colocaria como principal: Falar tudo, mas absolutamente tudo que pensa.

Num primeiro momento, há que se treinar de forma individual, um a um. Depois vai-se aumentando até se chegar a um sem números de pessoas, como por exemplo em palestras e workshops.
Abaixo cito um exemplo bem comum de como a maneira de dizer as coisas pode mesmo trocar todo o sentido.

Se você vasculhar, irá ver que a maneira de falar está intimamente relacionada com a atenção que damos aos nossos próprios sentimentos. Só conseguirei enxergar o próximo se enxergar antes a mim mesmo.
Só posso adaptar minha maneira de falar se perceber em níveis profundos tudo aquilo que sinto.

Certa vez um Sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. 
Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho. 
- Que desgraça, Senhor!, exclamou o sábio. - Cada dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade! 
- Mas que insolente, gritou o Sultão. Como se atreve a dizer tal coisa?! 
Então, ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio para interpretar o mesmo sonho. 
O outro sábio chegou e disse: 
- Senhor, uma grande felicidade vos está reservada! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes! 
A fisionomia do Sultão se iluminou e ele mandou dar cem moedas de ouro ao sábio.
Quando este saía do palácio um cortesão perguntou ao sábio: 
- Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega. No entanto, ele levou chicotadas e você, moedas de ouro! 
- Lembre-se sempre... respondeu o sábio, TUDO DEPENDE DA MANEIRA DE DIZER AS COISAS... 
...E esse é um dos grandes desafios da Humanidade.
É daí que vem a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. 

A verdade deve ser dita sempre, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz a diferença.
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