domingo, 11 de julho de 2010

AS QUALIDADES MENOSPREZADAS POR MÁSCARAS.

                                      




As pessoas gostam muito de classificar, rotular e estabelecer "padrões". Padrões de beleza, de comportamento, de consumo, do modo de vestir e etc.

Se fosse só isso, ainda estaria bom. Todavia esses padrões são constantemente "fiscalizados" e se estiverem fora do que é comumente aceito, aquela pessoa é "convidada" a se corrigir ou a se retirar.

Vivemos hoje num mundo aonde o conceito de disputa está enfiado até a raiz dos nossos cabelos. Parece que vivemos num modelo de selva (hoje mais sofisticado) aonde a competição pela sobrevivência é mais que imperativa.

E o mais incrível de tudo isso são as regras impostas não só para que participe do jogo, mas para que tenha alguma "chance" de vencer. Esta imposição, às vezes sutil e silenciosa, outras vezes nem tanto, gera dentro de nós crenças, comportamentos e expectativas absolutamente estúpidas e totalmente opostas as verdadeiras "leis" da criação e do universo.

Estabelecem-se padrões de comportamento do tipo: Um homem de sucesso deve ser assim e assim e assado e mais assado ainda...

Só que na vida real vemos muitos homens sem nenhum dos diversos atributos alardeados, tendo muito sucesso em termos financeiros, relacionamentos e saúde.

Para toda regra sempre há exceções, essa é a regra. E se há exceções significa que não há regra. A regra só irá valer se você aderir a ela. Senão nada vale.

Se você almeja o sucesso e tem desejos, você precisa saber caminhar no mundo que vive ao encontro de tudo que é seu por direito. Mas se já é meu por direito por que tenho que agir desse ou daquele modo?

Na questão dos relacionamentos por exemplo, se ajo de uma determinada maneira e desagrado, logo sou taxado de ignorante, e apesar de não me preocupar com isso, sou excluído do grupo.

Você só será excluído do grupo se aceitar as regras. 

Sei que muitos pensaram: "Eu não serei aceito se não aceitar as regras". Ou melhor: Se aceitar as regras você não irá se inserir num determinado grupo, cuja às regras não se afinam com o seu jeito de ser. 

Por outro lado você também terá dificuldade de se inserir em outros grupos por estar tentando se encaixar em regras que não condizem com quem você é, com suas particularidades. 

Pessoas agem como bandos (temos nosso lado animal bem vivo). Alguma vez você já viu urubus voando junto a pardais?

É um pouco difícil compreender o que tento dizer aqui, pois a mentalidade dessa época, gera uma crença coletiva de que eu tenho sim que me encaixar custe o que custar. Eu preciso ser aceito, querido. E você terá que se rotular, a fim de se encaixar nesse ou naquele grupo.

Se auto-rotular é limitar-se. É colocar algemas nos braços da criatividade inerente a cada um de nós. Nosso trabalho aqui é ser livre. E liberdade não combina com regras e rótulos. Se assim o for, como posso interagir, ser eu mesmo e ao mesmo tempo conciliar interesses, por vezes, completamente antagônicos?

Antes de tentar responder a essa pergunta quero voltar ao início quando falo sobre padrões.

Para você o que é ser humilde? 

Humildade tem haver com respeito? Respeito a quem ou ao que? Quando digo que sou bonito e inteligente, nego a minha humildade? Veja, mesmo aquelas qualidades, que são entendidas de modo mais simples, podem ter variação, de acordo com os olhos de quem vê? Albert Einstein foi chamado de estúpido e incapaz por alguns de seus professores, e mesmo assim se tornou um dos maiores cientistas do século 20.

Sendo assim, quem pode conferir, se às qualidades necessárias a ter sucesso, estão mesmo presentes em mim? Não falo nem dos invejosos e despeitados, pois esses sempre acharão defeitos, falo daqueles que possuem um sucesso notório e colocam como requisitos indispensáveis a esse sucesso, esta ou aquelas características. 

Tão inadequado quanto, são aqueles autores de auto-ajuda que elaboram listas detalhadas não só dos requisitos, mas também de como consegui-los. Isso é claro, se você comprar seus livros, palestras e dvds...

Ainda sim, sem qualquer garantia. Eles alegam que se trata de um "trabalho" que tem que ser feito e que se for mal feito, não trará resultados... Ora, muito cômodo vender às coisas assim. Isso é papo de quem quer faturar encima da sua esperança um tanto ingênua. 

Daí, quanto mais pessoas acreditarem em uma solução "externa", maior será o número de picaretas oferecendo os tais "milagres". Por que não conseguimos respeitar às particularidades de cada um, procurando orientá-los no sentido de se encaixarem COMO SÃO, em alguma atividade que seja melhor afinada àquelas características?! Nos relacionando numa boa e sem lhes impor barreiras. E ainda contribuindo para esse sucesso? O sucesso de quem é diferente de nós.

Mas não, só queremos andar com quem é parecido, com quem concorda e age como nós. Assim é a sociedade que vivemos, com todos tentando rotular a todos o tempo todo.

Queremos a liberdade mas não permitimos que os outros sejam livres???!!! Como é isso?!

Quem de nós se sentiria realmente à vontade de estar correndo ao lado de um perneta? Muitos diriam: Ele está me atrapalhando, preciso me desenvolver e ele me prende...

Tudo bem, siga em frente, corra mais rápido, chegue logo ao seu destino. Mas lembre-se de deixar um pouco de fraternidade e solidariedade... Volte lá depois e terminem juntos. 

Se dê essa força pra ele! 

Entenda, sempre há um jeito de você ser você mesmo e fazer o que quer permitindo ao outro que seja como ele quer e ainda por cima ter uma convivência harmoniosa para ambos.

Parece utopia, sonho, fantasia, mas é possível!

Não se trata de querer agradar aos outros e muito menos se prender a alguém para provar a si mesmo que tolera bem às diferenças. Trata-se de aceitar a liberdade que é sua e aceitar a que é dos outros.

Quando isso não ocorre, criamos um ambiente que incentiva o uso de máscaras. Ao invés de ser quem sou, serei o que agrada a maioria, pelo menos, assim consigo o que quero.
Esse mesmo ambiente dificulta o ousar e o criar. As pessoas tem medo de ser diferente e no fim serem excluídas. Me visto igual, me comporto direitinho e assim serei o queridinho, com isso as portas se abrem.

Quando você consegue aceitar e incentivar às pessoas que tem personalidades completamente diferente da sua você manda um recado claro a si mesmo, 

Eu posso sim ser, ter e fazer tudo que quiser! 

Experimentar a liberdade em suas múltiplas formas. Se quero ser livre, mas critico, impeço, e intervenho na vida alheia, automaticamente me travo e me escravizo a tudo aquilo que quero me libertar.

Se o sujeito não é humilde, ótimo, essa característica servirá para que tenha um desempenho superior na solução de problemas complexos, como por exemplo, em negociações difíceis, que envolvam vidas.

Experimentar de tudo: Essa é a delícia de SER. 

Mas não temos que ser tudo. Ser feliz encontrando o meu jeito único de ser humilde que difere dos demais. Estamos todos viciados em uniformizar as pessoas e o pior de tudo é que quando elas não aceitam são excluídas, num claro desrespeito a liberdade de expressão de cada um.

Quero deixar claro que assim como os outros, temos o direito de rejeitar sim, essa ou aquela característica nos outros. Não somos obrigados a conviver com grosserias. Todavia, se conseguimos visualizar a importância que aquele sujeito grosseiro pode ter nessa ou naquela função, teremos dado um passo muito importante, no tocante a compreensão e a finalidade de tudo que existe por aqui. 
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