O tempo como nós medimos lhe parece uma medida exata?
Por que para os presos o tempo parece passar mais devagar e para aqueles que estão muito atarefados ele parece passar mais depressa?
O que acontece com aqueles que tem noções distintas sobre o "mesmo tempo"? Por que, quando estou ansioso, o tempo parece que não chega e quando percebo parece que já se passou?
Uma vez ouvi uma definição de tempo que me deixou tão perplexo que nem consegui pensar sobre: "Tempo é duração de consciência"...
Mais tarde pude perceber a sutil diferença e compreender os parâmetros envolvidos e a necessidade da nossa mente trabalhar no mundo físico com essa cadência de tempo que todos conhecemos.
Quando digo: "Eu vou conseguir"! Isso parece estar em um momento futuro que nunca se encaixa na realidade presente. Na verdade é algo que nunca vai existir por si só.
O presente, o eterno agora, o momento que inalo a vida pelas narinas é o único momento aonde tudo verdadeiramente acontece.
Se é assim por que preciso de passado e de futuro? Qual é a finalidade dos tempos que não tem nenhuma utilidade na vida que eu vivo, que é a do momento presente?
São apenas referências. Você só reconhece o valor do dia pela existência da noite e vice-versa.
O valor do momento presente está na comparação que se faz do momento que passou e do que ainda não veio. Como disse é só uma referência, nada para se prender. Posso lembrar e me alegrar com às lembranças. Posso ainda registrá-las e guardá-las no coração, mas sugiro que evite se prender.
O tempo está intimamente relacionado a ânsia de viver e o modo como percebe o momento presente.
Sendo assim, TEMPO É SENTIMENTO!
Nossas emoções "coordenam" a sensação de fluência, de cadência de tempo.
Reflita por instantes, por favor. Tempo é sentimento e emoção. Se a emoção me agrada ele flui e nem percebo. Se me desagrada, parece que se arrasta, demora a passar.
E ele só demora por que rejeito, luto contra aquela emoção que para mim tem o rótulo de ruim.
Aceitando-a e permitindo-a dentro de ti, sem julgamentos, ela se reintegra ao criador que é você mesmo. A existência do tempo se dá nessa dimensão para servir de parâmetro em nosso "laboratório" interno das emoções. Essa "falsa" noção de tempo modera, exacerba, esfrega na cara, impõe e depõe a expressão das emoções. Do contrário, poderíamos explodir, literalmente.
Imagine uma criança brincando com uma ogiva nuclear...
Mesmo sendo um fator limitante, a princípio, o tempo é importante a fim de facilitar a degustação dos sentimentos-emoções.
A medida que resolvemos (compreender) bem a circulação dessa poderosa energia dentro de nós, o tempo deixa de ser uma referência necessária, colocando-nos assim em um novo patamar. Inclusive se encaixando bem em nossa vida, tanto no sentido de se estender como o de contrair.
E não há outro jeito de resolver senão prestar atenção, observar. O viver esclarece e nos ensina diariamente a caminhar rumo a liberdade. E aí se inclui a liberdade de tempo.
E se as emoções ditas "ruins" (entenda: não existe emoção ruim! O que a torna "ruim" é o fato de rejeitá-la, asfixiá-la, escondê-la! - isso é só um exemplo para comparação) fazem com que o tempo se arraste e às ditas boas aceleram o mesmo, não estarei vivendo menos o que é bom e mais o que é ruim? Pelo menos em termos de consciência disso?
Se seu raciocínio for linear, preso à cadência de tempo como conhecemos, como o que está nessa pergunta, sim. Todavia, à medida em que muda o olhar e desmistifica às emoções, tirando delas o rótulo de boa ou ruim, vivendo-as livremente sem questionamentos racionais, então, todos os instantes serão muito bons! Sem exceção.
Se temo o amanhã, é lógico que não quero que o dia se acabe. Se não aprecio o agora, me prendo ao passado em busca de algo que me reconforte. Entenda, você faz do tempo o que quiser! Inclusive pode estende-lo ou mesmo anula-lo de sua vida.
A forma como lida com suas emoções pode mudar tudo, mas absolutamente tudo em sua vida. Pra melhor ou pior. Escolha!