Vamos falar hoje sobre uma capacidade dos seres vivos muito relevante na execução bem sucedida das mais variadas tarefas.
O foco.
Focar é o mesmo que concentrar. Apontar a sua atenção. Trazer a tona e refletir de maneira clara a sua intenção. Disciplinar energias no sentido de aproveitar melhor seus recursos disponíveis.
Quando se quer realizar uma tarefa ou mesmo estabelecer bons relacionamentos o foco é indispensável. Todavia, ao contrário do que alguns acham, o verdadeiro foco não está em esquecer todo o resto a sua volta. Quando se foca de maneira intensa, há que se treinar a capacidade de contrair e expandir, exatamente como faz seu coração quando trabalha bombeando o sangue que lhe dá vida.
O bom foco é aquele que permite uma boa intensidade de focalização sem que se perca a sensação do momento presente.
Isso muitas vezes é confundido com aquele foco que está mais para obsessão. Esse tipo de foco em que você não pensa em mais nada a não ser seu objetivo (geralmente de curtíssimo prazo) é mesmo uma neurose obsessiva que desregula e esmaece a energia tornando-a ineficaz.
Quando falamos de foco, queremos dizer que essa concentração da atenção e energia deve se dar de maneira relaxada e integra. Ou seja, o foco se dá não só pela atenção que sua mente e seu cérebro prestam a determinada situação ou desejo, e sim por toda a atenção que seu corpo inteiro dá ao ato de focar.
Aqueles que focam de maneira obsessiva, às vezes até conseguem o que querem, mas não será de maneira completa e definitiva. E ainda podem ter perdido muitas outras coisas pelo caminho, configurando-se no final das contas como um prejuízo e não um verdadeiro ganho aonde todos ganham.
Alguns outros também confundem o foco com pequenos momentos de atenção e concentração. Depois reclamam que não conseguem fazer ou que os resultados são sempre aquém do esperado.
O foco inicialmente é um processo que se dá através do cérebro-mente, mas não se resume a isso. O corpo é uma máquina totalmente integrada e para funcionar bem ele precisa de todos os setores trabalhando em harmonia e sincronia!
Por isso, foco sem emoção é um cachorro quente sem salsicha, um pão sem o recheio. Se você foca e nada sente, esse processo é puramente racional e portanto superficial. Sendo assim ele não o conduzirá aos seus objetivos. Quando muito fará você chegar perto sem ter o sabor de provar o objeto da sua intenção. Será apenas um mero observador de vitrinas. A mosca da padaria.
O foco nada mais é que a integração com o objeto do seu desejo.
Todos nós, seres e objetos estamos conectados pela energia essencial e somos (em tese) um só, pela existência dessa conexão. Apesar, é claro, de que cada um de nós é um ser único, com todas as suas particularidades.
O fato de cada um ser único nos une pela associação das unicidades. Parece, a princípio, que são coisas opostas e antagônicas, mas que se completam como num círculo.
Nesta figura geométrica (o círculo) podemos marcar dois pontos distantes e opostos, mas que são, em última análise, pontos do mesmo círculo.
Se você deseja algo e coloca a sua intenção (a intenção é mais forte que o desejo pois engloba a expectativa e a confiança, a crença na possibilidade - a intenção é a evolução do desejo) você se integra ao seu desejo e vocês agora serão um só.
A função do foco nesse caso é manter essa conexão até que haja a completa fusão, sem estar apegado, agarrado àquele desejo, que é quando sua mente-cérebro acata em definitivo e aceita como verdadeiro essa interação fruto da intenção.
Esse processo pode durar minutos, dias, meses ou mesmo anos e ainda por cima nem se concretizar por causa do crivo que o conjunto cérebro-mente e suas análises racionais fazem da situação.
É difícil para nós que fomos criados numa condição de indivíduos (e é ótimo que seja assim) discernir que apesar da individualidade somos parte do mesmo círculo.
Realmente alguns "pontos" desse círculo estão mais "distantes" outros mais "próximos" devido a uma conexão emocional mais ou menos intensa e daí, juntamente com aquela análise racional tridimensional de que eu estou aqui e você aí, coloca-nos um "véu" que dificulta a percepção de que tudo está interligado.
Se tudo está de alguma forma interligado você há de convir que seu trabalho no processo de criar e conquistar seus objetivos não vai além de aceitar e enxergar esse "véu", e a partir daí gerar todos os desejos e fazer sua "fusão" com eles através do foco.
E como tudo que falo aqui, esse processo de focar e completar a "fusão" com aquilo que deseja deve ser absolutamente prazeroso.
É lógico que por exigir um emprego de grande quantidade de energia o foco as vezes passa a falsa noção de que é mesmo, por natureza, um ato de grande esforço e que se você não "suar a camisa" não terá "os méritos" e nem tampouco mobilizará as forças necessárias para consecução da tarefa planejada. Ledo engano. O esforço estressa. Não há nada demais com o stress, todavia é sempre bom evitá-lo devido a interpretação que você pode dar e com isso paralisar todo o processo. Se estiver fazendo esforço, pare e reavalie seu desejo e o processo de foco que deve ser absolutamente agradável.
Por isso sempre peço que busque fazer coisas prazerosas em que se habitue a treinar seu foco nisso e faça uma associação muito positiva entre o foco e o prazer.
Se treina todos os dias essa tarefa, ela se torna aos poucos, muito natural em sua vida, e quando aparecerem os grandes projetos e grandes desafios você estará apto a focar sem esforço.