domingo, 15 de maio de 2011

ÍBIS DE TOTH


Personagem da mitologia egípcia, o Deus Íbis de Toth ou simplesmente Toth, é o Deus-escriba e a ele atribui-se a criação dos hieróglifos, o alfabeto utilizado nos manuscritos antigos. 

Com isso, ele torna-se o mensageiro, o mestre da intelectualidade, aquele que é encarregado de transmitir, registrar e difundir o conhecimento mítico.
Segundo a tradição, o Íbis é a última ave a desaparecer antes do furacão e a primeira a retornar após a tempestade.
Era tido como o "engenheiro da pirâmides" e habitante de Atlântida, a antiga civilização perdida.

Estava relacionado a Hermes Trismegisto (Três vezes o grande), pois este também era reconhecido na mitologia Grega, como o Deus Hermes, o Deus da escrita, da sabedoria, do conhecimento. Na verdade seriam a mesma entidade.

Aparece também na grande obra do Pintor, alquimista, místico Holandês Johfra, o "Zodíaco esotérico", mais precisamente no signo de libra ao lado da deusa Hator, conforme mostra a figura abaixo:


Johfra atribui a Íbis de Toth um domínio sobre a alquimia e o poder de precipitação, os mesmos atribuídos a Hermes Trismegisto.
Todos os relatos feitos aqui são puro simbolismo. Veja na lâmina de Libra, que o conhecimento, ou melhor, o caminho a ser percorrido é descrito através de símbolos, como fazia Toth com os hieróglifos. 

É necessário ao conhecimento que transcende a intelectualidade, trazer em seu bojo, uma aura de encantamento, afim de furar nosso bloqueio crítico ou mesmo a nossa incapacidade de absorver, naquele momento, a grandiosidade deste devido a pouca percepção que temos para outras formas de transmitir mensagens e experiências.

Nesta lâmina de Libra, você pode pesquisar o que cada peça que compõe o quadro significa, e até o que cada uma quer dizer, mas somente terá o conhecimento maior quando entender o conjunto REUNIDO e o que representa, ou seja, qual é a mensagem resultante da interação de tudo que ali está. 

E mais: Isso pelo simples bater do olhar, pois a imagem não prescinde de análise detalhada, uma vez que fatalmente ela cairia no campo Intelectual/racional limitado para determinadas questões. Há que se achar o meio termo.

Este fenômeno que quero lhe passar também acontece em todas as obras de arte, cada qual com o seu alcance e sua finalidade. 
Para se ter uma visão assim é preciso reunir diversas faculdades inerentes a nós e as por em funcionamento de maneira sincronizada.

No caso de Johfra ele descreveu todo o caminho, por assim dizer, nas doze lâminas  do zodíaco, fazendo um "resumo" para nós da jornada, do caminho interno que iremos seguir, mais cedo ou mais tarde.

Quero lhe chamar atenção, que não se atenha somente a leitura tradicional para obter conhecimento. É importante também desenvolver a capacidade de ler a linguagem dos símbolos e da interação entre eles. 

Como já disse, muita, mas muita coisa mesmo não pode ser passada através da escrita tradicional. Daí o próprio Toth ter se utilizado dos hieróglifos, cuja a dinâmica é muito rica e de difícil leitura para as mentes eminentemente racionalizadas.

E se quer ampliar seus horizontes, tem que começar a olhar outras formas. Quem já estudou Braille e não é cego, sabe o que quero dizer. 
A leitura através dos símbolos e a reunião de todas essas ferramentas, desde os desenhos, pinturas, diversos idiomas, o Braille, a mímica, o movimento corporal de todos os seres vivos e os movimentos dos demais elementos da natureza, trará uma clareza muito maior na interação e na busca de conhecimento ou no mínimo de estímulos suficientes para lhe reconduzir a uma profundidade nunca antes vivida.

Nos doze trabalhos de Hércules - da mitologia grega - se você ler os contos, verá, por exemplo, que no segundo, quando ele mata a Hidra de Lerna, uma serpente com corpo de dragão e nove cabeças, reina absolutamente a questão do simbolismo. Nove Regiões? nove portas? nove passagens? nove etapas? nove degraus? Tudo é possível desde que reunamos as demais peças do contexto analisado.

Eu, por exemplo, prefiro ver as obras de arte relativas a história, pois estas me passam muito mais conteúdo do que o texto escrito. Neste caso, se não tiver consciência de todo o simbolismo envolvido, a história mais parece um conto de fadas para crianças. 

Existe uma razão para que a Hidra de Lerna tenha nove cabeças. Ela poderia ter cinco, dez ou quinze, mas tem nove e há uma razão para isto. E esta razão só pode mesmo ser entendida quando vivida, tendo como aperitivo a linguagem simbólica que transcende e muito a linguagem escrita comum.
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Miriam disse...

Muito interessante mou ami...pra conhecer o simbologismo vou ter q aprender braile??? rs

bjks

Elaine