Falar sobre um tema tão vasto e profundo usando a forma escrita de um idioma, que apesar de amplo, torna-se um grande exercício de palavras.
Na verdade já somos a unidade. Despercebida em alguns níveis por estar multifacetada pelo ato da expressão nesta dimensão.
Me expresso para exercer o ser. E se faço, dentro dos parâmetros vigentes, perco temporariamente a noção de unidade. O ato de experimentar numa dimensão onde o aparente não aparenta, cria certas distorções de percepção. É preciso investigar e olhar de diferentes ângulos para se chegar a uma síntese.
Inicio então a busca da unidade "perdida". Todavia reparo que não há nada a ser encontrado. Surge como um tapa, a surpresa. Me empolgo em aprofundar. E é aí que eu de fato me perco. Alguém havia me dito que eu tinha que buscar!...
O simples torna-se indigesto e o grande, ameaçador. Te ensinam a buscar, a ir atrás de coisas que estão bem aqui ao seu alcance. Mas quantas bobagens te ensinam, hein!
Haveria então alguma razão extraordinária para tudo isso? Só conjecturas, teorias da conspiração e joguinhos de videogame.
Nada a encontrar, nada a fazer, nada a saber. Mas será que assim não deixo de me expressar? O mundo não necessita de obras? Se você chama correr atrás do próprio rabo de uma forma de expressão ou mesmo de qualquer outro "passa tempo", sim. Você deixou de se expressar de um jeito que não vai lhe fazer a menor falta, apesar de não haver erro algum no fato de viver assim.
Ganhou uma "nova" forma de expressão. Aquietou-se. Existe muito mais movimento na quietude e no silêncio que você possa imaginar.
Parar de procurar é uma senhora atitude. Digna de mestre.
O que procuramos nos procura também. Não existe no universo via de mão única. As vias, os meios, são sempre em mão dupla.
Não condene, não critique. Nem a você e nem a quem quer que seja. Tudo está como deve ser. Tudo é o que é. Relaxe e sinta as batidas do seu coração. Permeie o estado de ser que é e se destransfigure no elo conector.
A grande mágica nasce da interação em um mundo absolutamente incoerente, paradoxal e quase histérico em meio a toda essa plenitude que relato.
Mas como sempre, relatos são só relatos. Dignos de serem lidos e esquecidos no meio de tanto bagulho.
Quando começa a perceber que essa mágica nasce do caos e que dentro deste mesmo caos está a plenitude serena, e que caos e plenitude são lados da mesma moeda, você retorna a infância não para ficar lá e sim pra traze-la pra cá e começar a brincar com tudo isso.
Você canta, você dança, você sente e flutua no oásis.
Tu deixastes de ser para ser mais ainda. Os aros sem nexo estão ligados. O sem sentido ganha não só o sentido de volta, ganha também, a vida.